A segunda reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) começa nesta terça-feira (16), para definir a taxa básica de juros, a Selic. ,
O Copom anunciará a decisão amanhã (17), ao final do dia, após a segunda parte do encontro.
Com a alta da inflação nos últimos meses, a previsão das instituições financeiras, é de que a Selic deve subir de 2% ao ano para 2,5% ao ano. A expectativa de alta está no boletim Focus, pesquisa divulgada toda semana pelo BC. Para o final de 2021, o mercado prevê que a taxa estará em 4,5% ao ano.
Atualmente, a Selic está no seu menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em 1986. A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.
Ela também é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Entretanto, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Entretanto, as taxas de juros do crédito não caem na mesma proporção da Selic, pois a Selic é apenas uma parte do custo do crédito.
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.
Para 2021, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior é 5,25%.
Até alguns meses atrás, as instituições financeiras projetavam inflação abaixo do centro de meta. A situação, no entanto, mudou e os analistas consultados no boletim Focus agora projetam que a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) terminará o ano em 4,6%. Para 2022, a estimativa está em 3,5%.
Para Paloma Brum, analista da Toro Investimentos, o aumento será uma sinalização de um movimento de alta que deve permanecer até dezembro. "Com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulando 1,1% nos últimos dois meses, nosso sinal de alerta está ligado –-se o BC esperar muito mais tempo, ainda que o Copom acredite que a inflação seja temporária, pode ser um tanto tarde demais. Com isso, a elevação pode ter de ser mais brusca em um futuro próximo", diz.
A analista identifica alguns fatores como cruciais para o possível aumento na Selic, como a pressão inflacionária interna, que acontece pela desvalorização do real e o receio de um provável aumento nos juros dos Estados Unidos. "A saída de capital pressiona o dólar, e isso faz com que a nossa taxa de câmbio fique ainda mais depreciada, o que gera também uma pressão na inflação –com mais inflação, os juros precisam subir muito mais rápido para contê-la", afirma, os juros devem aumentar para que, assim, a inflação seja controlada.
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Atualmente, a Selic está no seu menor nível desde o início da série histórica do Banco Central (Marcelo Casall Jr/Agência Brasil)



