O número de brasileiros que procuram trabalho há pelo menos dois anos chegou a 3,3 milhões no primeiro trimestre de 2019. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (18) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada). Considerados desempregados de longo prazo, o contingente é 42,4% superior em relação ao mesmo período de 2015, primeiro ano da recente recessão da economia brasileira.
Uma das responsáveis pelo estudo, a técnica de planejamento e pesquisa do Ipea, Maria Andréia Parente Lameiras, disse que o mercado de trabalho é "o pior retrato" da crise econômica enfrentada no país, sendo os trabalhadores menos escolarizados e as famílias de menor renda os mais afetados.
"Estamos com o mercado de trabalho ainda muito deteriorado, embora nos últimos meses a gente veja alguma reação. Mas a crise tem dificultado a geração mais forte de postos de trabalho", afirmou Maria. "Além de reagir depois da economia como um todo, a reação [do mercado de trabalho] costuma ser muito lenta no começo", explicou.
O estudo do Ipea analisou dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Conforme o levantamento, as mulheres são mais afetadas do que os homens pelo desemprego de longo prazo, e 28,8% das desempregadas estão nesta situação há pelo menos dois anos. No caso dos homens, o percentual é de 20,3%.
Os trabalhadores do Norte e do Nordeste sofrem mais com o desemprego de longo prazo do que os do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e os moradores de regiões metropolitanas estão mais expostos a isso do que os das áreas não metropolitanas, segundo o levantamento.
Os pesquisadores apontam ainda que a massa de desempregados que procuram trabalho há pelo menos dois anos cresce mais rápido entre os jovens. Apesar disso, na faixa etária de 40 anos ou mais, 27,3% dos desempregados estão nesta situação.
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