A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgou nesta quinta-feira (23), que o indicador de intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou queda de 0,5% em outubro, chegando a 101 pontos em seu terceiro mês consecutivo de retração. Esse é o menor patamar desde março de 2025, mesmo acima do nível de otimismo (100 pontos).
As famílias de menor renda voltaram ao nível pessimista (99,1 pontos), após dois meses considerados otimistas. As de maior renda alcançaram o menor nível de otimismo desde junho de 2023 (112,6 pontos), com retração anual de 3,4% no indicador.
“Mesmo com os baixos índices de desemprego, a série da pesquisa indica a percepção de insegurança quanto aos próximos meses, fator que faz com que as famílias consumam menos para tentar dar conta das dívidas já criadas”, pondera o presidente do sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
Um dos pontos que não apresentou queda em outubro foi o Acesso ao Crédito e o Momento para Duráveis, que mantiveram estabilidade, interrompendo as quedas dos dois meses anteriores. A estabilização revela a maior dependência do consumo no crédito, motivada pela necessidade de recursos para a preparação das festas de fim de ano.
“A baixa ou estabilidade nos indicadores de outubro era esperada, visto que as últimas pesquisas de atividade econômica do IBGE indicam uma desaceleração do ritmo de crescimento da economia brasileira. Isso se deve, principalmente, pelo patamar elevado da taxa Selic”, justifica o economista da CNC João Marcelo Barreto da Costa.
Apesar do aumento da facilidade das compras a prazo pelo quinto mês consecutivo (Acesso ao Crédito cresceu 2,5% anualmente), o Momento para Duráveis continuou apresentando a maior retração entre os componentes (-5,3% no ano), evidenciando a forte influência da Selic nas compras a prazo ou financiamentos com juros, em nível mais alto que no ano passado.
Inadimplência recorde pressiona consumo
A alta do endividamento foi acompanhada por um incremento na inadimplência em setembro, que atingiu o maior nível da série histórica, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), também divulgada pela CNC. Esse cenário explica a maior cautela dos consumidores ao comprar, com desaceleração já observada no comércio.
"Os dados de outubro reforçam a cautela dos consumidores. A necessidade do crédito para manter o consumo continua aquecendo o comércio imediato, mas a Selic mais alta afeta a inadimplência e reduz esse movimento", destaca o relatório da CNC.
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Foto: CNC 




