Os motoristas de aplicativos de mobilidade urbana da Capital desligarão seus aplicativos para aderir à paralisação nacional que acontecerá nesta terça-feira (31). A manifestação terá início às 6h da manhã e terminará após a votação da PLC-28, no Senado Federal.
De acordo com o presidente da Associação dos Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e de Motorista Autônomos de MS, (APPLIC-MS), Paulo Pinheiro, 47 anos, a manifestação tem por finalidade a alteração na PLC-28. “Nós não somos contra o Projeto de Lei Complementar, queremos apenas algumas alterações para garantir oportunidade de trabalho aos motoristas e conforto aos passageiros”, afirmou Paulo.
Considerado transporte privado, o Projeto prevê reconhecimento dos aplicativos como transporte público, o que seria prejudicial para a maioria dos motoristas segundo o presidente. “Muitos deixariam de trabalhar por causa dos custos que teríamos para mudar a nossa placa do carro, não é barato”, disparou pelo fato de os motoristas mudarem a placa dos carros para a vermelha.
Paulo também ressalta a importância do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) para que os aplicativos possam dar respaldo aos passageiros.
“A ideia é que todos os motoristas parem, mas existe um ou outro que vai continuar trabalhando normalmente”, alertou o presidente.
Carreata na Capital
Cerca de 350 motoristas fizeram uma carreata na manhã desta segunda-feira (30) pelas ruas de Campo Grande. O mesmo ato aconteceu em mais de 80 cidades brasileiras.
O trânsito ficou lento por onde os carros passavam. Não houve bloqueio de ruas.
Veja o vídeo:
PLC-28
O projeto da Câmara dos Deputados (PLC 28/2017) tramita em conjunto com outros dois textos do Senado (PLS 530/2015. O PLC traz uma série de exigências para esse tipo de serviço de transporte.
Representantes da Uber alegam que, se o texto for aprovado no formato que veio da Câmara, o serviço será extinto. Eles defenderam que haja uma regulação, com delimitação de regras claras para o usuário, o motorista e a empresa, mas pedem que o texto siga um caminho menos apressado no Parlamento.
Há cerca de duas semanas, representantes da empresa estiveram no Senado para entregar 815 mil assinaturas coletadas durante uma semana contra a proposta. Eles dizem que o texto alternativo do relator, senador Pedro Chaves (PSC-MS), é melhor que o da Câmara, mas senadores alegam que aprovar o texto com mudanças, e, consequentemente, remetê-lo novamente à Câmara, pode adiar muito uma solução para a disputa.
Se for aprovado como está, o texto pode ir à sanção. Caso haja mudanças, o projeto terá de voltar à Câmara dos Deputados, onde foi aprovado em abril.
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