O jornalista Rafael Henzel é um dos seis sobreviventes da tragédia que matou 71 das 77 pessoas no voo que levava jogadores, membros da comissão técnica, dirigentes da Chapecoense, além de jornalistas, para a Colômbia. Henzel contou detalhes do que aconteceu momentos antes da queda a aeronave no dia 29 de novembro.
Segundo o jornalista, o clima era de euforia já que todos estavam muito animados com a primeira final internacional da Chapecoense. Tanto que ele relata ter trocado de lugar quatro vezes.
"O voo estava acontecendo na maior tranquilidade. Estava um clima maravilhoso. Imagine. Era o time de uma cidade de 200 mil habitantes indo disputar uma final internacional. Estava todo mundo no auge, tudo maravilhoso. Estava todo mundo muito feliz de estar ali, naquele avião. Eu, inclusive, troquei quatro vezes de lugar, porque era um voo fretado e havia alguns lugares vagos. Eu estava revendo muitos amigos. Ia lá para frente e conversava com um. Voltava para o fundo e falava com outro...", disse Henzel em entrevista à Rádio Jovem Pan.
Henzel contou também sobre os momentos que antecederam à queda do avião da LaMia, que levava as 77 pessoas da Bolívia para Medellín, onde a Chapecoense enfrentaria o Atlético Nacional. Segundo, não houve pânico.
"Foi quando as luzes do avião se apagaram, e eu afivelei o cinto. A partir do momento em que as luzes e os motores se apagaram, eu me sentei e coloquei o cinto de segurança. Todo mundo ficou um pouco tenso. Não me lembro quanto depois, o avião se colidiu com o morro. Mas não houve desespero, despressurização da cabine, queda de máscara. Nada. Houve, apenas, uma colisão de uma hora para outra", afirmou Henzel, que estava na penúltima fileira do avião, no assento entre a janela e o corredor.
"Alguns falam em probabilidade, sorte. Mas eu acredito que aconteceu um milagre ali naquele morro. Eu fiquei logo na primeira parte da montanha, onde estava a cauda, porque estava sentado na penúltima fileira do avião. Eu e meus dois colegas ficamos presos a duas árvores. Eles já estavam mortos. Eu só despertei quando vi uma lanterna e alguém gritando, porque os socorristas estavam a uns 200 metros de mim, resgatando o Folmann e o Ruschel. Estava muito frio, muita chuva, e o milagre aconteceu."
Henzel ainda falou sobre o piloto do avião, o boliviano Miguel Quiroga, apontado como o possível responsável pela queda do avião, já que decolou da Bolívia sem a reserva de combustível exigida para chegar à Colômbia, o que resultou na pane seca que derrubou o avião.
"Ele foi muito arrogante. Eu fiquei sabendo que, em várias viagens, ele já tinha chegado ao aeroporto no limite do combustível. Eu acho que a prática comum o encorajou a fazer o que ele fez. Pela economia burra, pela dívida que ele de repente tinha com os aeroportos. Desta vez, infelizmente, ele não conseguiu pousar", lamentou.
Henzel segue internado em um hospital em Chapecó, mas sua recuperação é boa e ele deve receber alta nos próximos dias.
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