O União Brasil decidiu formalizar o rompimento com o governo do presidente Lula (PT) e iniciou uma movimentação para retirar todos os filiados que ainda ocupam cargos na administração federal. A decisão foi intensificada após o ministro do Turismo, Celso Sabino, único integrante do União no primeiro escalão, informar na sexta-feira (20), que entregará sua carta de demissão na próxima semana.
O gesto de Sabino foi interpretado como um “aviso prévio” pela cúpula da legenda e considerado suficiente para evitar medidas disciplinares, que haviam sido anunciadas, como a retirada dos demais filiados do Governo, sob punição de expulsão do partido.
O presidente do partido, Antonio Rueda, havia dado prazo de 24 horas, na última quinta-feira (19). A expectativa da direção nacional é que a saída de Sabino ocorra na próxima quarta-feira (24), após o retorno de Lula da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Celso Sabino resistia a deixar o governo devido ao impacto que a visibilidade do cargo poderia ter em sua eventual candidatura ao Senado em 2026. Eleito deputado federal pelo União Brasil do Pará, o ministro esperava permanecer à frente da pasta pelo menos até a realização da COP30, marcada para novembro em Belém.
Envolvimento com PCC
Nos últimos dias, o nome do presidente nacional da sigla, Antonio Rueda, foi envolvido em uma investigação da Polícia Federal no âmbito da Operação Carbono Oculto, que apura um esquema bilionário de fraudes e desvios no setor de combustíveis. A operação também revelou suspeitas de ligação entre operadores do esquema e membros da organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
De acordo com a PF, o piloto Mauro Caputti Mattosinho afirmou em delação que Rueda teria emprestado aeronaves a integrantes do PCC.
O dirigente nega qualquer envolvimento e classificou as acusações como “infundadas e irresponsáveis”. O União Brasil divulgou nota manifestando solidariedade a Rueda e acusando o governo de vazar informações da investigação com o objetivo de desgastá-lo politicamente.
A direção da sigla entende que, ao permitir que o nome de Rueda fosse exposto em uma investigação ainda em curso, o governo Lula rompeu qualquer possibilidade de relação institucional.
Mesmo que Sabino seja o único ministro filiado ao União Brasil, a ordem de desligamento se estende a todos os quadros partidários que ocupam cargos comissionados em órgãos da administração federal. A medida também antecipa a decisão tomada no início de setembro pela federação formada por União Brasil e PP, que já havia sinalizado a intenção de desembarcar do governo.
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Ministro Celso Sabino (Foto: Eric Ribeiro/M&E)



