A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems) vai desenvolver uma série de atividades referentes ao Setembro Amarelo, mês internacional de combate ao suicídio. As ações buscam conscientizar a comunidade acadêmica sobre a importância de se discutir a temática sem preconceitos, uma vez que uma simples conversa pode evitar tragédias maiores.
Como parte da ação, será realizada no dia 11 de setembro, na Unidade de Dourados, uma palestra com o psiquiatra José Carlos Rosa Pires, docente do curso de Medicina da Uems, na qual serão abordados vários aspectos sobre o suicídio, suas causas e como saber identificar e auxiliar estas pessoas.
A universidade irá distribuir a acadêmicos de todas as 15 unidades universitárias da Uems folhetos informativos com orientações sobre como proceder nestas situações, uma vez que o assunto ainda é tido como tabu social.
É preciso conversar sobre o assunto
Abordagens sobre o suicídio são necessárias em ambientes universitários. De acordo com o Mapa da Violência 2017, que levantou dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, houve um aumento de 10% no número de suicídios entre jovens de 15 a 29 anos, desde 2002.
Em comparação com a década de 1980, o aumento é de 60%. Recentemente, a morte do vocalista da banda americana Linkin Park, Chester Bennington, trouxe à tona, mais uma vez, a discussão sobre o tema.
“É curioso notar que, mesmo que estejamos vivendo na era da informação, um tema com significado tão forte ainda seja ignorado ou tratado como um tabu. Os casos de suicídio vêm crescendo de maneira espantosa em todo o mundo, agora atingindo também crianças e adolescentes – entre universitários, inclusive”, destaca o psicólogo e técnico da Uems, lotado na Divisão de Desenvolvimento de Pessoas – setor vinculado à Prodhs – Jorge Miguel Rodrigues.
Para ele, esse contexto de aumento de suicídio entre os jovens é resultado da grande influência que as redes sociais passarem a ter na vida das pessoas. “Elas funcionam como um termômetro de popularidade e fama, medidos por meio de curtidas e comentários. Então, quem não consegue atingir seus objetivos na busca por este sucesso virtual acaba desenvolvendo sentimentos de frustração, baixa autoestima e a perda de contato com a realidade. E vem à tona uma percepção distorcida por parte destes jovens”, analisa Rodrigues.
O ambiente universitário, propício à ocorrência de pressões de diferentes ordens, de acordo com os próprios alunos, deve manter o debate sobre o suicídio sempre vigente. “Conversar sobre o assunto é um passo primordial, primeiro para desmistificar conceitos construídos erroneamente a respeito do assunto, para que em seguida sejam discutidas as causas do suicídio e de que forma a sociedade pode contribuir para que este fenômeno tão perverso possa ser revertido”, finaliza o psicólogo.
Uma das iniciativas que tem mantido um importante trabalho dentro das ações deste período é o Portal Setembro Amarelo, uma página mantida pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) que disponibiliza diversas informações sobre o assunto.
Nele é possível verificar vários dados sobre o desenvolvimento de ações relativas ao Setembro Amarelo no Brasil, que surgiu de uma ação conjunta entre o CVV, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), com as primeiras atividades realizadas em setembro de 2014, sendo concentradas em Brasília (DF). Em 2015, o Setembro Amarelo obteve maior exposição na mídia, com ações desenvolvidas em todas as regiões do país.
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