Um portador da doença de Castleman Multicêntrica Idiopática (iMCD) teve a vida salva graças ao tratamento criado por uma ferramenta de inteligência artificial (IA). O paciente tinha poucas chances de vida e não respondia mais aos tratamentos.
A IA ajudou a encontrar o melhor medicamento para tratar e o grande feito foi descrito em artigo da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e publicado em fevereiro no New England Journal of Medicine.
Atualmente, a pessoa está há dois anos em remissão da doença. A iMCD é uma doença rara, estima sua incidência em cinco casos a cada 1 milhão de pessoas. De origem desconhecida, ela se caracteriza pela liberação excessiva de substâncias inflamatórias pelo sistema imunológico, o que leva a danos em órgãos e tecidos.
Pessoas acometidas por ela têm problemas nos gânglios, inflamação sistêmica, disfunção renal e falência dos órgãos, com baixa taxa de sobrevivência. A única droga aprovada pela Food and Drug Administration (FDA, sigla da agência que regulamenta fármacos e alimentos nos Estados Unidos) é efetiva em metade dos casos; os demais se tornam refratários à terapia.
Na pesquisa, os cientistas usaram inteligência artificial para fazer uma análise genética do soro de pacientes. Assim, constataram que uma proteína chamada Fator de Necrose Tumoral (TNF) está aumentada nesses quadros. Em seguida, o algoritmo avaliou opções terapêuticas, sugerindo o bloqueio do TNF como uma estratégia viável e apontando o melhor medicamento para esse caso entre drogas já aprovadas pelo FDA.
Para a nefrologista Valéria Pinheiro de Souza, do Hospital Israelita Albert Einstein, a pesquisa exemplifica como a IA está revolucionando a descoberta de medicamentos.
“O estudo demonstra o impacto transformador da inteligência artificial na medicina. Ao combinar análise proteômica, transcriptômica e modelagem in vitro com aprendizado de máquina, os pesquisadores identificaram um novo alvo terapêutico para pacientes sem opções eficazes de tratamento”, analisa.
Para a especialista, o estudo reforça que a IA não é apenas uma ferramenta de automação, mas um catalisador para descobertas e inovações que podem redefinir paradigmas. “No futuro, quem souber integrar ciência de dados e IA para resolver problemas complexos estará à frente na transformação digital”, avalia Valéria de Souza.
Deixe seu Comentário
Leia Também

Rússia entrega proposta de cessar-fogo à Ucrânia durante negociações em Istambul

Não tão sortudo: Homem ganha na loteria, mas namorada foge com prêmio de R$ 21 milhões

Homem ataca multidão nos Estados Unidos; oito pessoas ficam feridas

Elon Musk deixa cargo no governo dos EUA

Tribunal do Comércio dos Estados Unidos bloqueia tarifaço de Trump

EUA anunciam restrição de visto contra autoridades "cúmplices de censura a americanos"

Crocodilo de quatro metros mata adolescente que tentava pegar bola em rio

"Ele ficou completamente louco", diz Trump após ataque aéreo russo contra a Ucrânia

Saqueadores de caminhões de ajuda humanitária são executados pelo Hamas
