Neste domingo (25), a Venezuela realiza eleições regionais para escolher 24 governadores, 285 deputados da Assembleia Nacional e 260 legisladores estaduais, em meio a severas críticas da oposição e da comunidade internacional sobre a legitimidade do processo eleitoral.
A votação ocorre menos de um ano após as polêmicas eleições presidenciais de agosto de 2024, cujos resultados, que deram vitória a Nicolás Maduro com 51% dos votos, foram amplamente questionados por opositores e organismos internacionais.
O Conselho Nacional Eleitoral não publicou as atas oficiais, e entidades como o Carter Center relataram diversas irregularidades que impedem a confirmação da vitória do chavismo nas urnas.
Oposição convoca boicote
A principal coalizão opositora, a Plataforma Unitária, optou por não participar do pleito e convocou a população à abstenção. “Rejeitamos que se pretenda reduzir um processo eleitoral a uma simples designação de cargos, sem condições nem transparência”, afirmou a aliança em nota, denunciando a destruição do sistema eleitoral venezuelano.
María Corina Machado, principal liderança opositora, também pediu que os cidadãos não compareçam às urnas. O grupo exige garantias mínimas para eleições livres, como o fim de impedimentos políticos, perseguições e intervenções judiciais em partidos.
Apesar do boicote da principal força opositora, outros setores ainda apostam no voto como meio de transformação.
Entre os candidatos, estão o ex-presidenciável Henrique Capriles, que disputa uma vaga na Assembleia Nacional, e o ex-deputado Juan Requesens, candidato ao governo do estado de Miranda, mesmo após ter passado mais de dois anos preso no regime chavista. “Me nego a me render”, afirmou Requesens em um ato de campanha.
Disputa por território e tensão internacional
Um dos pontos mais controversos do pleito é a inclusão do território de Essequibo, área de 160 mil km² rica em petróleo e atualmente sob domínio da Guiana, mas reivindicada pela Venezuela. Pela primeira vez na história, o governo venezuelano decidiu eleger representantes para esse território.
A votação ocorrerá em 25 mesas localizadas no estado de Bolívar, no sul da Venezuela, uma vez que Caracas não exerce controle efetivo sobre a área. Mais de 21 mil eleitores estão habilitados a participar da escolha de um governador, oito deputados e sete conselheiros legislativos para o Essequibo.
A Guiana e a Corte Internacional de Justiça (CIJ) rejeitaram a iniciativa e exigiram que a Venezuela se abstenha de realizar o pleito, alegando violação do direito internacional.
O presidente guianês, Irfaan Ali, classificou a medida como "arrogante" e prometeu defender a soberania de seu país. "Esperamos que os venezuelanos residentes aqui respeitem nossas leis. Caso contrário, enfrentarão consequências legais", afirmou.
Prisões e repressão
A tensão política se agravou ainda mais com a prisão de 70 pessoas na última sexta-feira (23), entre elas o líder opositor Juan Pablo Guanipa, aliado de María Corina Machado.
Segundo o governo venezuelano, os detidos faziam parte de um suposto grupo terrorista que planejava ataques a embaixadas, hospitais e delegacias para sabotar a eleição.
A oposição denunciou o episódio como mais um ato de perseguição política por parte do regime de Nicolás Maduro. Entre os presos, estão também cidadãos estrangeiros — um alemão, um espanhol, um sérvio e um argentino — o que levou o governo da Argentina a emitir uma nota oficial condenando as "prisões arbitrárias, desaparecimentos forçados e violações generalizadas de direitos humanos" na Venezuela. Buenos Aires também exigiu a libertação imediata de seus cidadãos.
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