“Mãe que é mãe, defende os filhos. Ela preferiu preservar ela mesma, do que a filha”, esta foi uma das frases ditas por Jean Carlos Ocampo, pai da pequena Sophia De Jesus Ocampo espancada até a morte aos 2 anos e 7 meses de idade, na audiência de instrução que aconteceu na tarde desta segunda-feira (17), no Fórum de Campo Grande.
A suspeita é de que Sophia tenha sido espancada até a morte pela mãe, Stephanie de Jesus da Silva, e pelo padrasto, Christian Campoçano Leitheim, no final de janeiro deste ano. O caso chocou os moradores de Campo Grande, por conta da crueldade vivida pela menina, apensar da sua pouca idade.
Hoje, cinco pessoas foram ouvidas, sendo o pai de Sophia, o pai e a mãe da acusada, uma ex-namorada de Christian e um dos investigadores do GOI (Grupo de Operações e Investigações), que cuidou do caso inicialmente.
Incomodado com a presença da ré na sala, Jean pediu para ser o primeiro a prestar depoimento, pedindo para que ela fosse retirada. Ele contou que a maioria dos cuidados para a menina, enquanto o casal ainda estava junto, era o pai quem prestava.
Após a separação, Sophia passou a viver em condições precárias. A pequena começou a apresentar hematomas e roxos pelo corpo após a acusada namorar com Christian, mas como ela ainda não falava corretamente, o pai nunca soube o que realmente acontecia quando estavam apenas os três na residência.
Sophia morreu com 2 anos e 7 meses, mas desde 1 ano de idade Jean já percebia hematomas na filha. Porém, o caso foi levado à primeira vez para a polícia quando a menina já tinha 2 anos de idade, quando a situação se agravou.
Quando questionado, Jean disse não ter conhecimento do estupro, pois a menina não tinha sinais de abuso, ficando sabendo apenas quando os exames de corpo de deito saíram, após a morte de Sophia. Apesar disso, ele contou que mesmo pequena, ela chegou a fazer “movimentos de ato sexual no seu colo”, sendo repreendida logo em seguida.
Uma das dúvidas era sobre o ‘por que Sophia nunca foi levada para fazer um exame de corpo de delito?’. O pai justificou que apesar de ter sido estipulado em juízo que ele poderia pegar a menina, quem tinha a guarda era a mãe, então era Stephanie quem decidia quando e por quanto tempo as visitas aconteceriam.
“Era muito complicado de eu pegar a Sophia. Quando as agressões aconteciam eu não tinha acesso a Sophia, pegava ela só quando os hematomas estavam desaparecendo. Por isso nunca consegui levá-la para fazer um exame”, relatou.
Ainda durante depoimento, Jean comentou que todas as vezes que pegava a filha, ela não queria voltar para a casa da mãe e entrava em pânico quando ficava sabendo que precisava retornar.
Após a fala dele, Stephanie pode retornar para a sala onde a audiência estava sendo feita e acompanhar a sessão.
Reportar Erro