Chorando bastante, os pais de Stephanie de Jesus da Silva, acusada de matar a própria filha Sophia De Jesus Ocampo, de apenas 2 anos e 7 meses, no final de janeiro de 2023, acompanharam e prestaram depoimentos na primeira audiência de instrução sobre o caso, nesta segunda-feira (17), no Fórum de Campo Grande.
Após Jean Carlos Ocampo depor, a acusada pôde voltar para a sala onde a audiência estava sendo feita e acompanhar o depoimento dos pais. O outro acusado de ter assassinado Sophia, Christian Campoçano Leitheim, chegou a ir até o Fórum, mas acompanhou a audiência em outro local.
O primeiro a falar foi o pai da ré e logo de começo, Rogério da Silva, confirmou tudo que foi dito pelo ex-genro, a respeito dos cuidados prestados a pequena enquanto o casal ainda estava junto.
À frente dos juízes, ele disse acreditar que a filha via tudo o que estava acontecendo com a Sophia, mas apenas preferia não falar. “Minha neta estava totalmente desfigurada no velório. Aquela não era a Sophia que eu conhecia”, comentou.
Rogério relatou ainda que apenas ficou sabendo sobre a morte da neta quando viu algumas postagens nas redes sociais.
Logo depois, a mãe de Stephanie prestou depoimento. Apesar do pouco contato com a neta, Deuziene da Silva de Jesus, relatou que era impedida de vê-la, pois a filha havia mudado bastante depois que conheceu Christian.
“Depois que minha filha conheceu e Christian e passou a se relacionar com ele, mudou completamente. Se afastou e me proibiu de ir na casa deles e ter contato”, lembra. A relação dos dois chegou a ser definida como ‘nada boa’ por Deuzinete.
O último dia que a avó viu a Sophia foi na Cidade do Natal, 15 de janeiro, após isso, pode apenas ver a neta quando ela já estava sem vida. A médica chegou a mostrar para Deuzinete as partes íntimas da menina, pois havia percebido ‘algo diferente’ no corpo da pequena.
Para a mãe, Stephanie foi conivente com a morte da Sophia, devido às mensagens que mandou antes de descobrirem a morte. “Ela sabia de tudo sim”.
Investigador – Por vídeochamada, um dos investigadores que acompanhou o caso desde o principio relatou a ‘despreocupação’ dos acusados ao saberem da morte da menina.
“Ela [Stephanie] não estava preocupada com a morte da filha, ficou nervosa depois que informaram que iriam chamar a polícia”, pontuou o investigador.
Já sabendo que as coisas não seriam boas, Christian estava esperando as equipes policiais quando foi detido. Chegando ainda a ‘cochilar’ dentro da viatura, mostrando total despreocupação com o ocorrido. Para a polícia, ele afirmou ter batido na enteada três dias antes da morte, mas não no dia 26 de janeiro.
Ex-mulher Christian – Ouvida apenas como informante, a mãe do primeiro filho do réu contou em depoimento que já havia presenciado os dois acusados batendo na Sophia. Além disso, falou sobre o ‘lado’ abusivo que Christian demonstrava ter.
O filho de 4 anos do casal contou a mãe que era constantemente agredido pelo pai e que via a irmã apanhar também. A menina chegava a ser trancada dentro de um ‘quartinho’ para parar de chorar.
Ela afirmou que Christian não deixava Sophia ir para o pai, pois ele era homossexual. “Algumas vezes a Stephanie até queria mandar a Sophia para o pai, mas ele não deixava. Ele que determinava tudo na vida da Sophia, se ela iria para a creche ou não, se ia para o pai ou não”.
Companheira dele desde os 17 anos, a testemunha contou que a mãe da menina sabia das agressões. “Ela tinha conhecimento das agressões sim. Ela sabe, assim como eu, que quando o Christian começa a bater, ele não para. Ele vai até machucar de verdade”, disse.
Enquanto a testemunha falava, Stephanie balançava a cabeça concordando com as frases ditas.
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