A descoberta de um ninho de harpias (Harpia harpyja), também conhecidas como gaviões-reais, em Corumbá (MS), no coração do Pantanal, representa um marco histórico para a pesquisa científica e a conservação da espécie em 2025.
O registro encerra uma espera de mais de 10 anos e pode abrir caminho para novos avanços no entendimento do comportamento dessa que é considerada a maior águia do planeta.
Como o ninho foi localizado
A expedição ocorreu em julho deste ano, durante o período reprodutivo da espécie. O biólogo e fotógrafo Gabriel Oliveira de Freitas, que atua na região do Maciço do Urucum, relatou que em 11 de julho foi identificado um possível ninho.
A confirmação veio no dia seguinte, quando um casal de harpias foi flagrado levando ramos para a estrutura, sinal de preparação para a reprodução.
“Amanhecemos o dia na frente do ninho. Por volta das 8h da manhã o casal chegou trazendo mais ramos para reformar o ninho se preparando para o período reprodutivo”, explicou Gabriel.
A maior águia do mundo
Com até 2,20 metros de envergadura, a harpia é uma das maiores aves de rapina do planeta, dotada de garras extremamente poderosas.
Seu comportamento reservado, com preferência por matas fechadas e áreas de difícil acesso, torna rara a observação na natureza.
O ciclo reprodutivo é lento: a fêmea põe dois ovos, mas geralmente apenas um filhote sobrevive. A incubação dura cerca de 56 dias e o filhote pode depender dos pais por até dois anos, o que faz com que a espécie se reproduza apenas a cada três anos.
O ninho encontrado em Corumbá chama a atenção por estar em uma árvore mais baixa que o habitual, embora ainda em uma área de difícil acesso.
Importância ecológica e conservação
Predadora do topo da cadeia alimentar, a harpia ajuda a controlar populações de mamíferos arborícolas, mantendo o equilíbrio do ecossistema.
Por depender de grandes extensões de floresta para sobreviver, é considerada uma espécie-bandeira para a conservação das matas tropicais.
Apesar disso, sofre pressão do desmatamento, da caça ilegal e da perda de habitat. Atualmente, está classificada como “quase ameaçada” na lista nacional do ICMBio e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). No Mato Grosso do Sul, a ave aparece na categoria “ameaçada”.
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