Menu
Menu
Busca quinta, 28 de março de 2024
Opinião

Opinião: A bancada feminina à luz dos fatos

Não temos voto, mas nossa voz não deixou de ser ouvida, apesar das dificuldades

06 julho 2021 - 09h39Simone Tebet    atualizado em 06/07/2021 às 10h41

A CPI da Pandemia avança a passos largos. Passamos do campo dos discursos, das versões, das crenças, para um cenário mais turvo. Os caminhos indicam para um “propinoduto” das vacinas.

Desde o início dos trabalhos da CPI, a Bancada Feminina marca presença com o seu próprio timbre. Não temos voto, mas nossa voz não deixou de ser ouvida, apesar das dificuldades. E fazemos diferença.

Os malefícios de um negacionismo que insuflou a disseminação de desinformações, como a de que a imunidade de rebanho promoveria a retomada da normalidade, já estão mais do que constatados. Medidas simples e baratas, como o uso de máscaras, voltam, a todo instante, a ser questionadas. Distanciamento social e ações mais duras para reduzir a circulação de pessoas, quando não havia mais vagas em UTIs, foram - e ainda são - duramente criticadas. Isso tudo em um cenário cujo mantra de alguns continua sendo o de relativizar a dor de milhares de famílias que perderam seus entes mais queridos. 

Sabemos que o governo conta com um gabinete oficial, um gabinete paralelo, um gabinete do ódio e, agora, há fortes suspeitas de que há, também, um gabinete da propina.

Os indícios estão se transformando em provas. A tentativa de transformar uma crise humanitária em negociatas de gabinetes, como uma forma fácil de ganhar dinheiro, ainda que a custo da perda de vidas humanas, é revoltante. 

Estamos numa nova fase da CPI. A comoção deu lugar à indignação. Transformar esse sentimento em ações concretas faz parte do meu exercício diário de arregaçar as mangas. Acompanho todas as notícias, analiso documentos, busco conexões em meio a tantas pontas ainda soltas.

Temos conseguido avanços, ao extrair dos depoentes informações importantes para o andamento dos trabalhos. Foi assim quando o deputado Luís Miranda citou o líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros, como um dos pivôs das negociatas. Também foi assim quando o intermediário de vacinas, Luiz Paulo Dominguetti, assumiu, durante minha interpelação, não saber a origem do áudio que ele jogou como uma granada sem pino sobre a CPI, para desmoralizar o deputado Miranda, na sua denúncia contra o Executivo. Afinal, qual era o papel de Dominguetti? Foi, no mínimo, estranho, quem denunciava pedido de propina no contrato com a AstraZeneca passar a ser defendido pelos próprios governistas. Seria ele um “bode na sala”?

Estamos falando de denúncias relacionadas a contratos duvidosos, relativos a três vacinas: Covaxin, AstraZeneca e Cansino. Essa última, depois de revelações conflituosas, foi deixada de lado pelo Governo, o que não significa ter fechado a caixinha da propina. A investigação tem de avançar sobre possíveis esquemas de corrupção. Certamente, as senadoras marcarão presença nos próximos capítulos da CPI.    

*Simone Tebet é Líder da Bancada Feminina do Senado Federal
 

Reportar Erro
Fapec Caarapo

Deixe seu Comentário

Leia Também

Fábio Marchi - Jornalista
Opinião
OPINIÃO: Os bebês que sobrevivem
Urandir Fernandes de Oliveira, empresário, pesquisador e CEO de Dakila
Opinião
OPINIÃO: A cidade perdida Z, ou mito Eldorado, descoberta por um instituto de Mato Grosso do Sul
OPINIÃO: DE MONTEVIDÉU AO CHUÍ, ENCONTRANDO O ESCULTOR
Opinião
OPINIÃO: DE MONTEVIDÉU AO CHUÍ, ENCONTRANDO O ESCULTOR
Rafael Antonio Scaini e Muriel Arantes Machado
Opinião
OPINIÃO: Ato cooperativo na recuperação judicial
Pedrinho Feitosa, jornalista e presidente da Executiva Municipal e Coordenador Político do PRD regional
Opinião
Opinião - Na casa da mãe Joana, quem manda é Tereza

Mais Lidas

Artistas confirmadas na Expogrande 2024
Comportamento
Expogrande 2024 divulga programação dos shows; confira as datas
Local onde aconteceu o confronto
Polícia
JD1TV AGORA: 'Tigrão do PCC' morre em confronto com o Choque na Capital
Caso aconteceu em uma das lojas de roupa do shopping
Polícia
'Pai de santo' tenta furtar calça em loja de shopping de Campo Grande
De empresários a policiais civis, veja quem são os alvos na Operação Snow
Polícia
De empresários a policiais civis, veja quem são os alvos na Operação Snow