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Opinião

Na compra do material escolar, boa hora para trabalhar 'limites'

17 janeiro 2013 - 00h00Daniele Vilela Leite

Todo início de ano é a mesma coisa: o corre-corre dos pais nas pesquisas e compras do material escolar dos filhos. A lista de material escolar varia muito de uma escola para outra, e o ideal para economizar é pesquisar preços e marcas, além de, é claro, orientar as crianças e os adolescentes antes de saírem de casa.

Uma boa alternativa também é os pais tentarem “reaproveitar” alguns materiais do ano anterior, tais como mochila e estojo de lápis. Com essa ação mais específica, os alunos vão poder começar o ano letivo já fazendo coro às muitas ações que as escolas fazem em referência à sustentabilidade, que passa, evidentemente, por mudanças no comportamento e tentativa de redução do consumismo desnecessário.

Atualmente, as papelarias e as grandes lojas do setor fazem de tudo para conquistar os clientes, apostando em iniciativas diferenciadas para atrair a simpatia de adultos e crianças. Há lojas que entregam o material escolar na casa dos clientes, enquanto outras se especializam em encapar cadernos e bordar toalhas com nomes das crianças. Em tempos em que as famílias se sentem cada vez mais desafiadas na relação entre o tempo e os compromissos dentro e fora de casa, serviços de entregas de materiais têm sido muito bem-vindos.

Para tentar ajudar os pais nesse momento de grande importância na vida escolar das crianças e adolescentes, alguns noticiários exibem reportagens com o tema, ressaltando que, para “economizar”, uma das grandes dicas é não levar os filhos à papelaria no momento da compra.

Ora, ainda que essa dica tenha seus méritos, é preciso muito cuidado quanto a ela, pois pode esconder a fragilidade dos adultos em relação à orientação e aos limites que toda criança e adolescente têm direito de ter. Uma criança bem-orientada em todos os momentos em que ela solicita a compra de algum presente, por exemplo, saberá reconhecer e respeitar os limites que seus pais estão impondo a ela no momento da compra dos materiais escolares.

O grande segredo para não ter problemas quanto aos insistentes pedidos das crianças, que tendem a desejar sempre o mais caro e o de marca reconhecida, é trabalhar isso com elas durante todo o tempo. Se esse trabalho de orientação e limites ainda não tiver começado, não desanime, pois você pode iniciá-lo agora mesmo, aproveitando a ocasião da compra de materiais como ponto de partida. Mas, é preciso ressaltar, crianças e adolescentes frustrados dentro da papelaria demonstram claramente que há pontos a ser melhorados no relacionamento entre pais e filhos em vários momentos durante o ano.

Hoje, é comum os pais trabalharem o dia todo deixando as crianças em creches, com avós ou babás. Muitos se sentem culpados por permanecer ausentes o dia inteiro, e, como forma de “suprir” essa ausência, permitem que seus filhos façam tudo o que têm vontade. Por sentir dó, evitam repreendê-los.

Como se não bastasse, há casos de pais que, para não ter que aturar o choro da criança depois de um dia exaustivo de trabalho, acabam cedendo a todas as vontades dela. Já outros, infelizmente, preferem “suprir” essa ausência presenteando seus filhos com bens materiais (brinquedos, jogos, bonecas, carrinhos, entre outros).

Qualquer uma dessas situações, acredite, pode dificultar não apenas o momento da escolha conjunta dos materiais escolares, mas também muitos outros aspectos que envolvem a vida das crianças e adolescentes.

Bem, depois de tudo isso, resta-nos a pergunta: Estamos, de fato, orientando nossos filhos em suas reais necessidades? Toda criança e adolescente têm direito a receber de suas famílias orientações e conscientização sobre os limites que tanto farão falta a eles durante toda a sua vida.

Daniele Vilela Leite - Orientadora Educacional na empresa Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br); Formada em Serviço Social pela Univap, com larga experiência em trabalhos em creches no interior de São Paulo.

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