O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira (31) que a tarifa de 50% imposta pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros pode, paradoxalmente, favorecer a queda dos preços dos alimentos no Brasil.
A declaração foi dada durante entrevista ao programa Mais Você, da TV Globo.
Alckmin explicou que, embora a sobretaxa seja direcionada aos importadores norte-americanos — e não ao consumidor brasileiro —, os impactos indiretos podem ser sentidos nos supermercados brasileiros.
Com a possível retração das exportações para os EUA, parte da produção nacional poderá ser redirecionada ao mercado interno, aumentando a oferta e pressionando os preços para baixo.
“É difícil, peremptoriamente, afirmar, mas é óbvio que você vai ter que colocar mais desses produtos aqui dentro”, afirmou o vice-presidente ao ser questionado sobre os preços de carnes, frutas, café e peixes, diretamente atingidos pela medida.
“Agora, muito da exportação é complementar, não está deixando de atender o mercado interno. Você atende o mercado interno e o resto você exporta”, explicou.
Alckmin ressaltou que alimentos como arroz, feijão, óleo de soja e algumas frutas já estão em queda de preço. “E caiu por quê? Porque caiu o dólar, o clima ajudou e a safra é recorde. Se a safra é 10% maior, o preço cai. Se é 10% menor, ele sobe”, explicou.
Espaço para negociação
Apesar da formalização da medida nesta quarta-feira (30), Alckmin reforçou que o governo brasileiro continua aberto ao diálogo com os Estados Unidos e que as conversas devem se intensificar.
“A negociação não terminou hoje, ela começa hoje”, afirmou. “É um perde-perde. Nos atrapalha em mercado, emprego e crescimento, e encarece os produtos americanos”, completou.
Segundo o vice-presidente, cerca de 35,9% das exportações brasileiras serão afetadas pela nova tarifa de 50%. No entanto, o decreto assinado por Trump também inclui quase 700 exceções, beneficiando setores estratégicos como o aeronáutico, energético e parte do agronegócio.
Déficit e meta fiscal
Durante a entrevista, Alckmin também comentou sobre o cenário fiscal do país. Ele sugeriu que os gastos com apoio aos trabalhadores, diante dos impactos do tarifaço, poderiam ser excluídos da meta fiscal.
A medida, porém, pode aumentar ainda mais a dívida pública brasileira, que já é considerada alta em comparação com outros países emergentes.
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O vice-presidente, Geraldo Alckmin, durante cerimônia (Mateus Bonomi/Estadão Conteúdo)



