O deputado federal, Fábio Trad (PSD-MS), criticou a carga tributária brasileira durante palestra que realizou nesta quarta-feira (25) na Câmara em Brasília. Segundo o parlamentar, a renda nos Estados Unidos é tributada em 49%, enquanto no Brasil a tributação é de 49% do consumo.
Em entrevista ao JD1 Notícias, Fábio disse que o Brasil precisa reduzir a carga tributária, que é a maior do mundo, segundo ele. “Mas não só isso, porque há países com encargos ainda maiores que os nossos, como Dinamarca, Finlândia, França e Itália, porém com melhor índice de retorno ao bem estar social”, indagou.
“Ou seja, esses recursos nestes países voltam ao cidadão em forma de serviços de saúde, educação, segurança e infraestrutura. É isso que precisa ser mais bem equilibrado no nosso país”, pontuou.
O deputado disse ainda que, os aumentos de tributos direcionados ao consumo vão na contramão do que é feito ao redor do mundo e prejudicam a população mais pobre. O representante do cidadão sul-mato-grossense em Brasília defende que o poder público tribute mais a renda, o patrimônio e o lucro, no lugar de onerar cada vez mais o consumo. Ele afirma que essa é uma tributação agressiva e injusta, que pune quem tem menos condições financeiras.
“Não é certo que o pobre continue pagando o mesmo imposto que o rico pelo mesmo saco de feijão”, protestou.
“Nesta manhã, fiz uma palestra sobre a necessidade de uma reforma tributária socialmente mais justa. Só pra vocês terem uma idéia, a renda nos Estados Unidos é tributada em 49%, enquanto no Brasil tributamos 49% do consumo (contra 17% dos EUA). Isso não pode”, acrescentou.
Reforma Tributária
Fábio Trad acredita que a reforma Tributária não resolverá os problemas do Brasil. Conforme o parlamentar, o texto do projeto unifica cinco impostos federais, estaduais e municipais que devem ser convertidos no chamado Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), o que estabelece uma alíquota que soma os percentuais relativos a cada nível federativo, com estados e municípios definindo suas próprias alíquotas em lei.
“O período de transição seria de dez anos, mas sem redução de carga tributária, ou seja, não alivia a mão pesada do Estado na taxação sobre o consumo dos brasileiros. E a consequência mais nociva dessa maior concentração dos impostos sobre o consumo no Brasil é o alto grau de regressividade (arrecada-se proporcionalmente mais de quem ganha menos)”, explicou
“Nossa proposta é diminuir em 5,7% a alíquota prevista do IBS para inverter essa lógica regressiva de tributação. Porque, ao retirar renda dos mais pobres, o peso dos tributos sobre o consumo também prejudica a construção do ambiente econômico brasileiro. A economia precisa de consumo e desestimular o crescimento da renda do consumidor é a pior forma para ela funcionar. Não tem capitalismo que funcione assim! Redução da desigualdade não é só uma pauta social, mas extremamente econômica”, finalizou.
Senado
De acordo com a senadora e presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Simone Tebet (MDB-MS), a votação e discussão da reforma tributária no colegiado acontecerá no dia 2 de outubro.
O relatório do senador Roberto Rocha (PSDB-MA) foi apresentado no dia 18 deste mês na CCJ e propõe unificar e substituir 9 impostos por dois, chamados de IBS (Imposto sobre Operações com Bens e Serviços).
Reportar Erro
Deixe seu Comentário
Leia Também

Flávio Bolsonaro confirma candidatura à Presidência em 2026

PSDB define nova executiva em MS com Beto Pereira na presidência

Maduro pede apoio de brasileiros no mesmo dia de ataque dos EUA

LDO 2026 é aprovada com superávit previsto de R$ 34,3 bilhões

"Delirante", diz Marquinhos ao processar Adriane por fala em rádio sobre manifestação

Decisão de Gilmar Mendes provoca reação intensa entre parlamentares

Termo de Compromisso assinado em Campo Grande assegura Passe do Estudante em 2026

Câmara analisa projetos sobre habitação, educação especial e transparência

ALEMS analisa 11 propostas na sessão ordinária desta quinta-feira


“Não é certo que o pobre continue pagando o mesmo imposto que o rico pelo mesmo saco de feijão”, diz Fábio Trad (Reprodução)



