Embarcando para Washington nos Estados Unidos no fim de semana com a Comissão Temporária Externa para interlocução sobre as relações econômicas bilaterais com os Estados Unidos (CTEUA), o presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Nelsinho Trad (PSD) defendeu que a intenção não é falar com representantes do Governo Trump. “A prerrogativa da negociação é do executivo e a nossa é de dialogar”.
O foco será na conversa com empresários norte-americanos e brasileiros com negócios nos Estados Unidos, desta forma o grupo que vai em comitiva é um contra ponto das falas de Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado que chegou a afirmar que a viagem está “fadada ao fracasso’, pois não contempla uma anistia ‘ampla, geral e irrestrita’, o que segundo ele, faria o presidente Donald Trump, retirar as tarifas de 50% sobre as importações de produtos brasileiros.
Ao JD1 Notícias, o senador Nelsinho Trad cita o reestabelecimento do diálogo, que foi perdido no intercâmbio das negociações e a manutenção da taxa imposta pelos Estados Unidos prejudica várias cadeias produtivas no Brasil e em Mato Grosso do Sul, como os produtores de frutas, de café, pescado e viagens.
“O esfriamento de diálogo proporcionou isso. Então a gente vai para poder retomar essa questão. O intuito nosso é tentar reverter esse impacto econômico que vai acabar caindo nos ombros do povo brasileiro. Os nossos estados serão afetados, nós não podemos deixar uma situação como essa perdurar, porque para estabelecer outras oportunidades de negócio mundo afora não é tão simples. A gente já tem um histórico de 200 anos de relação diplomática com os Estados Unidos e não podemos perder isso”, explicou o senador.
Ainda segundo Nelsinho, o mercado de carnes de Mato Grosso do Sul, que tem os Estados Unidos como 2° maior exportador, pode contornar a situação, atrasando o abate como uma das medidas, mas a agricultura perde mais da metade da produção. "Por exemplo, já está no contêiner, no navio indo para os Estados Unidos, as frutas que devem chegar lá em agosto e já avisaram o exportador, que de 100% das exportações, eles só vão ficar com 30%, mas e os 70%? Fica essa interrogação em função dessa sobretarifa". O setor assim, como a celulose e o ferro gusa são as grandes preocupações do Governo do Estado.
No caso do ferro gusa, mais de 90% da produção da JIF, em Corumbá vai parar no Estado em razão das tarifas. "Olha o impacto que vai dar com demissão, com férias para o pessoal, apenas com isso já começa a ter problema", apontou Nelsinho que disse que deve-se resolver um problema de cada vez.
O senador também alertou para os impactos no setor de celulose, especialmente na região da Costa Leste de Mato Grosso do Sul, onde estão instaladas três das maiores empresas do mundo. A expectativa é de que a missão funcione como "embrião de um grupo interparlamentar Brasil–Estados Unidos voltado à diplomacia econômica".
Comissão
A Comissão Temporária Externa para interlocução sobre as relações econômicas bilaterais com os Estados Unidos (CTEUA) deve embarcar para Washington no fim de semana para início das conversas na segunda-feira (28) de manhã com regresso na quarta-feira (30). O grupo tem caráter suprapartidário e será composto pelos senadores Tereza Cristina (PP-MS), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Jacques Wagner (PT-BA), Esperidião Amin (PP-SC), Rogério Carvalho (PT-SE); Fernando Farias (MDB-AL), Carlos Viana (Podemos-MG).
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Senador Nelsinho Trad (Edilson Rodriges/Agência Senado)



