Em sessão realizada na manhã desta terça-feira (2), o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Papy, fez um duro pronunciamento em resposta às declarações da prefeita Adriane Lopes sobre os protestos que marcaram a abertura do Natal no último sábado (29).
A prefeita afirmou, em entrevista ao programa Tribuna Livre, que os manifestantes seriam “contratados” e citou, de forma crítica, adversários políticos e um professor supostamente envolvido na mobilização.
A fala repercutiu imediatamente no Legislativo, levando Papy a defender publicamente a instituição e os parlamentares. “É a primeira coisa que eu quero lembrar ao Poder Executivo Municipal: essa Casa tem legitimidade. Nós somos o Poder Legislativo e nós temos as nossas atribuições e prerrogativas. E esse poder precisa ser respeitado.”
O presidente da Câmara afirmou que nenhum dos 29 vereadores pode ser alvo de desrespeito, independentemente de divergências políticas. “Nós não vamos tolerar desrespeito de nenhuma natureza em relação a membros desta casa, seja de qualquer forma, fala ou conduta.”
Sem citar diretamente a prefeita, Papy classificou a fala como “grave” por envolver “acusação a membro deste parlamento”. Ele fez referência ao vereador Marquinhos Trad (PDT), que teria sido associado às críticas feitas por Adriane ao mencionar que haveria adversários políticos orquestrando ataques à sua gestão.
Em tom conciliador, mas firme, o presidente sugeriu à prefeita que busque uma relação mais próxima com o Legislativo. “Minha sugestão à prefeita Adriane Lopes é que ela se aproxime do Legislativo e não se afaste. Divergências fazem parte. Confrontar, discutir, debater e criticar faz parte da prerrogativa do Legislativo.”
Ele reforçou a importância do equilíbrio entre os poderes como base para o fortalecimento da democracia e afirmou que Campo Grande precisa “voltar ao diálogo constante”.
Em entrevista mais cedo, Adriane Lopes afirmou que o protesto realizado no centro da cidade durante a abertura oficial do Natal não teria sido espontâneo. Segundo ela, os participantes foram “contratados” para causar tumulto no evento:
“São ataques coordenados, pessoas contratadas que chegam de ônibus para atrapalhar os eventos da Prefeitura e a minha pessoa.”
A prefeita também alegou que o ato representou risco ao público infantil presente e disse que integrantes do movimento teriam envolvimento criminal, atribuindo a um professor a responsabilidade por organizar o grupo:
“Num evento de crianças, um professor orquestrar, levar pessoas com várias passagens pela polícia, armadas, para trazer desconforto e baderna... A guarda estava lá para proteger as famílias.”
Além da crítica ao protesto, Adriane partiu para ataques políticos, direcionando falas contundentes à ex-deputada Rose Modesto. “A Rose Modesto, a eterna candidata. Uma desocupada que faz um ano que não desce do palanque. Só faz gravar vídeos e atacar os eventos da Prefeitura e a minha honra.”
Assista ao vídeo:
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O presidente da Câmara reagiu as falas da prefeita Adriane Lopes (Reprodução/Assessoria de Imprensa/Marcelo Victor )



