Comunidades do litoral paulista tem registrado casos de escabiose, mais conhecida como sarna humana. A questão, desta vez, é que o reaparecimento da doença se torna preocupante diante da pandemia de covid-19, o que motivou pesquisadores do Instituto de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) a escrever um artigo a respeito da alta do uso de ivermectina e o risco de surtos de sarna humana.
Até a última quarta-feira (24), mais de 400 casos já haviam sido notificados em pelo menos três cidades de Pernambuco. A causa ainda não foi identificada, mas autoridades seguem investigando.
“A hipótese do artigo é que é possível que o Sarcoptes scabiei, ácaro causador da escabiose pode ter desenvolvido resistência à ivermectina. Se essa hipótese se confirma, temos um problema enorme, pois a doença poderia atingir qualquer população, e o que é pior, com dificuldade de tratamento”, avaliou Sabrina Neves, pesquisadora do Instituto de Ciências Farmacêuticas.
Também pesquisador do Instituto, Alfredo Dias de Oliveira Filho disse ao UOL que as evidências mostram que em meados de julho o país teve aumento de mais de 800% do uso de ivermectina em comparação com o ano anterior. "[Se tem] aumento do consumo de um microbiano, então há aumento do risco de surgir resistência", afirmou ele.
Oliveira Filho ainda explicou que o excesso de exposição a determinado medicamento faz com que o microoganismo se torne resistente a ele, além da soma com outras condições favoráveis, que é o que vem ocorrendo em relação à escabiose.
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