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Pistola usada por atirador de Campinas era ilegal, diz polícia

Cinco pessoas morreram e três ficaram feridas na Catedral Metropolitana de Campinas

12 dezembro 2018 - 17h45Da redação com Agência Brasil    atualizado em 12/12/2018 às 17h56

A pistola usada por Euler Fernando Grandolpho, 49 anos, para matar cinco pessoas e ferir outras três na Catedral Metropolitana de Campinas foi comprada ilegalmente. Essa é uma das poucas conclusões que a Polícia Civil tem sobre o ataque de terça-feira (11). De acordo com o delegado-chefe do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter 2), José Henrique Ventura, a arma com a qual o atirador fez 22 disparos, incluindo o que tirou a própria vida, é de uso exclusivo das Forças Armadas ou Polícia Federal.

Além da pistola 9 milímetros, no momento da tragédia Euler Grandolpho também estava com um revólver. A polícia ainda quer esclarecer agora como ele conseguiu comprar o armamento. Conforme a Agência Brasil e confirmado, em seguida, pela polícia, o atirador foi servidor concursado do Ministério Público do Estado de São Paulo, atuando como auxiliar de Promotoria I, na Comarca de Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo.

Desde 2014, no entanto, Grandolpho não trabalhava mais no órgão nem tinha renda própria. Segundo Ventura, desde que saiu do emprego, ele vivia com o pai, em Valinhos, município da região metropolitana de Campinas. “Ele não teria dinheiro suficiente para comprar essas armas e essa munição”, disse o delegado a partir das informações fornecidas pela família. O pai e os irmãos, entretanto, ainda não foram ouvidos formalmente em respeito ao luto da família.

Uso da pistola

De acordo com o delegado, a pistola usada no atentado não é simples de ser utilizada, mas as imagens das câmeras de segurança do interior da catedral indicam que Euler tinha noções básicas de como manusear a arma. “Dá a impressão que é uma pessoa que não manuseou pela primeira vez uma arma daquela”, destacou.

O delegado informou ainda que os policiais que entraram na igreja para conter o atirador dispararam nove vezes. Ao ser encurralado, Euler se matou com um tiro na cabeça. Segundo o policial, sem a ação dos agentes, o homem poderia ter descarregado a pistola outras duas vezes com 11 balas, além de ter um revólver carregado com seis projéteis.

Anotações pessoais

A polícia apreendeu vários pertences pessoais de Euler Grandolpho em sua residência, como um notebook, um celular e um bloco de anotações. Os registros escritos mostram, segundo Ventura, que o autor do ataque tinha pensamentos paranóicos e confusos. “Tinha uma certa mania de perseguição”, ressaltou ao afirmar que grande parte das anotações são “coisas desconexas”.

Nas anotações, cuidadosamente escritas, como se fosse um diário, Eurler Grandolpho detalhava sua rotina: incluindo datas e horários, assim como números de placas de automóveis que via na rua e frases que escutava. Tudo escrito com letra de forma.

Euler também era uma pessoa muito reclusa. O delegado enfatizou que, aparentemente, o atirador não tinha amigos ou pessoas com quem mantivesse contato real ou virtual. “Não tinha muito relacionamento”, disse.

Sepultamento

Euler foi enterrado hoje à tarde no Cemitério Parque Flamboyant, em Campinas, onde compareceram pouco mais de 50 amigos e parentes. A cerimônia foi católica e com cânticos religiosos. O velório começou pela manhã com reforço na segurança.

Alguns dos presentes relataram que Euler era solitário e retraído e que seu comportamento se agravou nos últimos anos.

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