Um estudo divulgado nesta quinta-feira (14) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta que crianças e adolescentes que vivem na Amazônia estão mais expostos a crimes de violência sexual e homicídios do que no restante do Brasil.
Entre 2021 e 2023, foram registrados mais de 38 mil casos de estupro e quase 3 mil mortes violentas intencionais envolvendo vítimas de até 19 anos na região.
A pesquisa chama atenção para as diferenças territoriais dos crimes, considerando fatores como o nível de urbanização.
Segundo o levantamento, na faixa etária de 10 a 14 anos, a taxa de violência sexual em municípios rurais da Amazônia chega a 308 vítimas por 100 mil habitantes — índice 57% maior que o de municípios urbanos fora da região.
Já as mortes violentas intencionais em áreas urbanas amazônicas são 31,9% mais altas que em áreas urbanas do restante do país.
A presença de facções criminosas, como Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital (PCC), é apontada como fator determinante para os índices elevados de homicídios.
No Amazonas, por exemplo, nove em cada dez homicídios dolosos têm relação direta com o crime organizado. A violência contra mulheres e crianças é ainda mais acentuada em áreas de fronteira.
Violência sexual acima da média nacional
Com mais de 700 municípios em nove estados, a Amazônia registrou em 2023 uma taxa de 141,3 casos de violência sexual para cada 100 mil crianças e adolescentes, número 21,4% acima da média nacional (116,4).
Entre os estados com maior incidência estão Rondônia (234,2), Roraima (228,7), Mato Grosso (188,0), Pará (174,8), Tocantins (174,2) e Acre (163,7).
Municípios localizados até 150 km de fronteiras internacionais registraram taxas de estupro ainda mais altas (166,5) em comparação aos municípios não fronteiriços (136,8).
Homicídios e vulnerabilidade juvenil
O relatório mostra que, embora tenha havido uma queda nas mortes de crianças e adolescentes entre 2021 (1.076 casos) e 2023 (911 casos), jovens de 15 a 19 anos que vivem em centros urbanos da Amazônia têm 27% mais risco de sofrer violência letal do que adolescentes da mesma idade em outras regiões.
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