O presidente Lula vai participar da 66ª Cúpula de Chefes de Estado do MERCOSUL que marcará o encerramento da presidência ‘Pro Tempore’ da Argentina e a transferência para o Brasil, pelo mesmo período de seis meses, no dia 3 de julho em Buenos Aires. O Evento contará com participação de líderes dos países membros e associados para discutir temas prioritários do bloco.
O MERCOSUL ocupa papel estratégico na política externa brasileira e na promoção do desenvolvimento regional. A Embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores destacou que a solenidade reforça o compromisso do governo com o fortalecimento da integração regional e com a agenda econômica e social do bloco. "Não preciso ressaltar a importância que o Brasil atribuiu ao MERCOSUL no nosso objetivo maior de promover a integração regional, que é um objetivo constitucional, histórico e atual do presidente Lula e da diplomacia brasileira", afirmou em conversa com jornalistas na quinta-feira (26).
Uma das prioridades da liderança brasileira à frente do bloco, como já anunciado previamente pelo presidente Lula, será concluir o acordo entre MERCOSUL e União Europeia, com os esforços feitos pelo presidente Lula junto ao presidente francês, Emmanuel Macron.
Sob a presidência brasileira, o MERCOSUL também pretende priorizar o fortalecimento da Tarifa Externa Comum, a incorporação dos setores automotivo e açucareiro ao regime comercial do bloco e o avanço em medidas que consolidem a união aduaneira. Também será discutida a incorporação de novos códigos na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec).
Outras duas frentes que devem ganhar destaque durante a presidência brasileira são a cooperação em segurança pública e o fortalecimento dos mecanismos de financiamento de infraestrutura e desenvolvimento regional. O Brasil deve liderar o lançamento da segunda fase do Fundo para a Convergência Estrutural do MERCOSUL (FOCEM 2), fundo destinado a projetos que promovem a convergência estrutural, competitividade e o fortalecimento da integração entre os países membros.
Outro tema de extrema importância para o Brasil é reforçar o trabalho em políticas públicas sociais, e o importante trabalho do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos (IPPDH), com sede na Argentina, e do Instituto Social do MERCOSUL (ISM), sediado no Paraguai. O Brasil pretende impulsionar as relações comerciais com o Fórum Empresarial, com atenção especial às pequenas e médias empresas — setor que envolve forte participação feminina e enfrenta mais barreiras no comércio internacional.
De acordo com Padovan, outras prioridades da presidência brasileira incluem o fortalecimento da participação dos países associados, com destaque para o Panamá, e o fortalecimento da agenda econômica.
O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) foi criado em 1991 para ser um processo de integração regional formado, inicialmente, por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, além de países associados. Em 2024, a Bolívia formalizou a entrada como membro pleno do bloco.
De janeiro a maio de 2025, o intercâmbio entre os países do MERCOSUL foi de US$ 17,5 bilhões. As exportações brasileiras alcançaram US$ 10,2 bilhões e as importações, US$ 7,2 bilhões, superávit de US$ 3 bilhões. A pauta de importações brasileiras é baseada, em grande parte, em veículos automotores para transporte de mercadorias e de passageiros, trigo e centeio não moídos e energia elétrica. O Brasil exporta majoritariamente para o MERCOSUL veículos de passageiros e mercadorias, partes e acessórios desses veículos, demais produtos da indústria de transformação, minério de ferro, entre outros
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Embaixadora Gisela Padovan durante o briefing à imprensa sobre a Cúpula do Mercosul (Fabiola Testi/PR)



