Em setembro de 2025, Campo Grande registrou o maior aumento no custo da cesta básica entre as capitais brasileiras, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O valor da cesta teve uma alta de 1,55% em relação ao mês anterior, atingindo R$ 780,67.
Quando comparado ao mesmo período de 2024, a alta foi ainda mais expressiva, chegando a 9,24%. Isso fez com que a capital sul-mato-grossense superasse outras grandes cidades no custo de vida. Para quem recebe o salário mínimo de R$ 1.518,00, a situação ficou ainda mais difícil.
O trabalhador de Campo Grande precisou dedicar mais de 113 horas de trabalho para garantir os itens essenciais da cesta básica, uma carga horária alta que reflete a dificuldade crescente de suprir as necessidades alimentícias com a renda mensal.
Apesar de algumas quedas de preços em itens como batata (-6,96%), arroz, açúcar cristal e feijão carioca, outros produtos essenciais, como o óleo de soja (alta de 4,46%) e o café em pó (4,32%), tiveram aumentos consideráveis. Essa mistura de alta e queda nos preços reflete a volatilidade do mercado e as flutuações sazonais, tornando o cenário econômico mais instável para o consumidor.
Além disso, o impacto no orçamento familiar também foi significativo. Em setembro de 2025, o trabalhador campo-grandense precisou gastar 55,60% de sua renda líquida (após descontos da Previdência Social) para garantir os alimentos básicos, o que é um aumento em relação ao mês anterior (54,75%) e ao mesmo mês de 2024 (54,71%).
Em comparação com outras capitais, Campo Grande se destacou entre as que mais sofreram com o aumento no custo da cesta básica. O óleo de soja foi um dos principais vilões, com altas de até 28,07%. Outras cidades também sentiram a alta, mas algumas, como Fortaleza (-6,31%) e Palmas (-5,91%), registraram quedas no custo da cesta básica.
No Brasil como um todo, o tempo médio necessário para adquirir a cesta básica foi de 99 horas e 53 minutos, o que representa uma leve melhora em relação ao mês anterior. Ainda assim, a situação é um reflexo de como o aumento nos preços continua afetando diretamente a qualidade de vida da população, especialmente nas cidades onde os salários permanecem estagnados.
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Cesta básica ficou com preço 'salgado' em setembro (Kleber Clajus)



