Realizado em São Paulo na terça-feira, o Seminário Business FC, fórum de futebol, discutiu assuntos ligados à organização do futebol moderno e acabou por reacender algumas polêmicas. Durante debate sobre a possibilidade de se criar um "superclube" brasileiro – aos moldes de Barcelona e Real Madrid, por exemplo –, o vice-presidente do Corinthians, Luís Paulo Rosenberg, travou uma discussão com o presidente do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia, sobre o papel da Rede Globo e a distribuição dos direitos de transmissão.
A concentração de valores pelos direitos seria um caminho a levar determinados clubes – mais especificamente Corinthians e Flamengo, que teve como representante no debate o presidente Eduardo Bandeira de Mello – a reunirem condições financeiras desiguais e discrepantes. Rosenberg, favorável ao modelo atual de negociação dos direitos, afirmou que o Corinthians fez concessões para reduzir diferença com os demais clubes, com menor torcida e, portanto, menor potencial de audiência.
"A regra natural de mercado para partilha de resultados dos direitos de transmissão seria, no fim do ano, você somar para cada clube quantos pontos de audiência foram apresentados e fazer a divisão da verba total proporcionalmente. Se fizer o cálculo disso, Corinthians e Flamengo ficariam com 70% do arrecadado. Mas como é a regra redistributiva? A TV aberta, que é o grosso do volume pago pela Globo, é partilhada de forma mais socialista", disse Rosenberg. A proporcionalidade só ocorre nas vendas de Pay Per View.
Um estudo realizado pelo Itaú BBA demonstrou que, em 2012, o Corinthians foi o clube que mais recebeu por direitos de transmissão: R$ 156 milhões, R$ 35 milhões a mais do que o Flamengo. A discrepância foi explicada pelos ganhos com o título da Copa Libertadores e da disputa do Mundial de Clubes. Foi o clube paulista que, em 2012, causou o racha no Clube dos 13, entidade que até então fazia a negociação dos direitos através de concorrência. O Corinthians decidiu negociar direto com a Globo, que assim manteve o predomínio.
"Sou contra esse sistema", afirmou o presidente do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia, que divergiu de Rosenberg em diversos momentos. "Não pode ela ser única, monopolista, a que compra todos os produtos. O critério de compra e de preço é estabelecido não pelo mercado, mas por ela", criticou. Em 2011, Petraglia não era dirigente do Atlético-PR e se posicionou contrário à fidelidade do clube ao C13, enquanto o arquirrival Coritiba negociava direto com a Globo. Nesta palestra, a entidade foi chamada de "escrota" por Luis Paulo Rosenberg.
Apesar da opinião polêmica, o corintiano se mostrou satisfeito com a forma como a Rede Globo atua no futebol brasileiro. "Como rede nacional que usa o futebol como alavancador de audiência, ela precisa que exista interesse regional importante. Se o Grêmio e o Inter não disputarem o Brasileiro com competitividade, ela não vai ter níveis de audiência no Rio Grande do Sul. Isso é importante. Muitas das brigas do Corinthians na questão de televisão foram cedidas em função dessa lógica", complementou.
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