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“Algumas reformas precisam acontecer”, diz superintendente do BB

Gláucio Zanettin Fernandes, comenta sobre a atual crise e econômica que o Brasil

03 junho 2017 - 07h00Da redação

O superintendente do Banco do Brasil em Mato Grosso do Sul, Gláucio Zanettin Fernandes, comenta sobre a atual crise e econômica que o Brasil enfrenta, reforçando que ela é mais prolongada e mais consistente, mas acredita que há espaço para recuperação e cita MS como um Estado bastante rico, que deverá mudar essa trajetória num curto ou médio prazo. Além disso, fala sobre as linhas de financiamento oferecidas pela instituição financeira, com destaque para o FCO, considerado o carro-chefe. 

Jornal de Domingo - Como o senhor avalia a crise econômica que estamos enfrentando?
Gláucio Fernandes - De fato é uma crise diferente de outras que já vivenciamos. Ela é muito mais prolongada, mais consistente, porque é uma crise de confiança, uma crise que traz instabilidade política e econômica, mas não tenho dúvidas de que o Brasil é um país enorme, promissor, com sua maioria absoluta de pessoas comprometidas, dedicadas e trabalhadoras. Mato Grosso do Sul, em especial, é um Estado com pujança e creio que no curto ou médio espaço de tempo conseguiremos mudar essa trajetória e superar os desafios.

Jornal de Domingo - A recuperação do país pode ser rápida?

Gláucio Fernandes - Estamos ainda no centro de uma instabilidade político-econômica, então isso de fato traz uma grande incerteza. Nós vimos nesse último trimestre com alguns sinais econômicos bastante positivos, que mostram de fato que há espaço para recuperação, há um cenário favorável no sentido de que há pessoas dispostas a consumirem num setor produzindo muito bem, retomando uma curva de crescimento. Entretanto, com a confiança bastante abalada, muitos adiam seus investimentos e não colocam em prática seus projetos. Isso faz com que não tenhamos uma trajetória muito clara do crescimento, mas não tenho dúvidas de que vamos encontrar caminhos para crescer. Algumas reformas precisam acontecer para garantir mais estabilidade e segurança, inclusive do ponto de vista fiscal do país, para que voltemos a atrair investimentos, capitais, porque o Brasil ainda é carente de uma transformação efetiva em sua infraestrutura.

Jornal de Domingo - Como o senhor vê Mato Grosso do Sul nesse cenário de crise?

Gláucio Fernandes - Mato Grosso do Sul tem grandes diferenciais, é um Estado muito bem localizado, praticamente no centro do país, tem uma economia bastante favorável do ponto de vista que o agronegócio é um dos carros fortes. Aqui se tem uma produção de excelência, uma agricultura de precisão, uma pecuária muito forte e muitas empresas com posições consolidadas. Tudo isso contribui para um desenvolvimento econômico sustentado sendo que alguns diferenciais, do ponto de vista de atração de empresas, como o FCO, onde Banco do Brasil é o principal protagonista, contribuem para esse desenvolvimento. Temos R$ 5,5 bilhões de recursos de carteira aplicados no FCO neste momento e isso permitiu a transformação de uma série de empresas, empreendedores e produtores. Então, o Mato Grosso do Sul tem potencial para receber mais investimentos, é diferenciado do ponto de vista logístico e tem uma população economicamente ativa o que nos permitem acreditar que o Estado continuará crescendo acima da média do país. 

Jornal de Domingo - O senhor comentou sobre o FCO, mas muitos reclamam que ele é muito burocrático e há necessidade de contratar outros serviços, que acabam saindo mais caro. Como funciona isso?

Gláucio Fernandes - A nossa orientação é bastante clara e específica. Primeiro que desde que cheguei, há cinco meses, notamos que o FCO tem tudo para ser vitrine e estava virando vidraça e, isso, por uma questão conjuntural. Ano passado, não só Mato Grosso do Sul como os outros dois Estados do Centro Oeste mais o Distrito Federal não conseguiram aplicar os recursos em sua totalidade. Efetivamente, a situação econômica do país não era favorável, todas as instituições repassadoras se mostraram mais resilientes do ponto de vista de risco de crédito e tomaram medidas no sentido de que houvesse uma análise mais minuciosa das liberações. Ocorre que esse ano, 2017, apostando na recuperação da economia, em especial aqui no nosso Estado, várias medidas foram adotadas para voltar a tornar os processos mais ágeis para  nos aproximarmos ainda mais dos nossos clientes. Isso está dando resultado, já conseguimos desembolsar esse ano, praticamente 100% mais do que o mesmo período do ano passado, cerca de R$ 400 milhões até meados de maio. Também é importante considerar que já temos mais de R$ 700 milhões em propostas apresentadas, que estão em análise no Banco. Lembrando que o orçamento disponibilizado ao Estado do Mato Grosso do Sul é na ordem de R$ 2,3 bilhões. O aumento da quantidade de contratações demonstram que nosso esforço de revisitar nossos processos gera agilidade e maior aproximação com nosso cliente. Isso tudo em função de uma construção coletiva junto ao Conselho Estadual, Conselho Federal e demais entidades envolvidas. Nós revisitamos cerca de 15 normativos, dentre eles a Carta Consulta, que agora só necessária acima de R$ 1 milhão, o que agiliza mais a concessão do emprestimo e melhora inclusive essa visão do nosso cliente para com o nosso processo. Assim, hoje mais de 95% dos nossos casos são desembolsados em até 30 dias e essa visão de burocracia está ficando para trás.


Jornal de Domingo - Quais as principais ações do Banco do Brasil para conter a crise?

Gláucio Fernandes - O Banco do Brasil é um banco cujo principal acionista é o governo, então temos um espírito público, mas também é um banco voltado para a realidade de mercado. Não estamos alheios a essa situação difícil do país, mas somos um banco diferenciado, buscamos entender cada segmento, cada setor, cada necessidade e prover soluções adequadas. Não vamos abdicar de nossa governança. Vamos continuar fazendo as nossas análises, gerindo riscos, que é o papel de uma instituição financeira, mas colocando todo o nosso portfólio à disposição para o nosso cliente. Aqui no Mato Grosso do Sul não deixamos de operar em nenhuma modalidade. Pelo contrário, por estarmos próximos e entendermos as dificuldades de nossos clientes, disponibilizamos linhas que possam contribuir para uma melhoria da produção dos nossos parceiros. Na agropecuária, por exemplo, temos linhas para estimular a armazenagem quando o preço não está adequado e assim o produtor pode escolher o melhor tempo para vender  seus grãos. A mesma coisa para a pecuária, com todos os acontecimentos no mercado, disponibilizamos linha de crédito e analisamos até a prorrogação daquela operação já contratada para que também o cliente possa manter o seu caixa e efetivamente só comercializar o gado no momento em que julgar mais adequado. Também estimulamos boas e novas práticas em inovação, percebemos uma boa oportunidade com a energia solar, porque o preço dos painéis fotovoltaicos caiu e o custo da energia se reduz em 85% a 90%, dependendo do processo produtivo que você resolve alterar. Temos intensificado muito esses projetos, no FCO em particular, há projetos de irrigação, armazenagem, energia soltar, temos ampliado o leque de oportunidades. 

Jornal de Domingo - Além do FCO, quais linhas de financiamento estão disponíveis para empresários no Estado?

Gláucio Fernandes - Temos um amplo portfólio de linhas de crédito, produtos, serviços e soluções para os empresários de MS. Além do FCO, temos as principais modalidades de financiamento são: BB Crédito Empresa, Proger Urbano Empresarial, Proger Turismo Investimento, Finame Empresarial, BNDES Automático, Cartão BNDES e Leasing PJ. Além disso, o Banco quer constantemente reafirmar a parceria com seus clientes. Por essa razão lançamos a primeira agência especializada para o Agronegócios do país em Dourados MS. Na Capital, temos três agências que atendem só empresas com faturamento acima de R$ 1 milhão e também um escritório digital, inaugurado no final de 2016, voltado para Empresas com faturamento anual de até R$ 1 milhão. Também é possível contar com agências digitais para pessoas físicas, como a exemplo dos modelos digitais para produtores rurais e empresas. O objetivo é oferecer facilidade de acesso dos clientes ao gerente de relacionamento, por meio por meio de ferramentas digitais, como chats, vídeo chamadas, e por aplicativo exclusivo para mensagens instantâneas. As agências digitais também contam com horário de atendimento ampliado das 8h às 22h, assessoria financeira de especialistas, que podem ser acionados a partir de qualquer local, e muitas outras conveniências e soluções que não dependem do ponto físico. O BB também investe no acesso dos mais diversos segmentos de clientes aos seus aplicativos nos smartphones. Já são oito milhões de usuários, sendo que o APP principal do BB já é o sexto aplicativo mais baixado no Brasil, superando todas as demais instituições financeiras. 

Jornal de Domingo - Que tipo de solução tem sido oferecida para quem se endividou durante a crise?

Gláucio Fernandes - O banco dispõe de possibilidades de alongamento de operações, tanto para pessoa física, quanto produtor rural ou empreendedores, de parcelamento. Acreditamos muito no potencial do país, então sabemos que isso vai passar. Procuramos agir com muito equilíbrio e responsabilidade, olhando a situação de cada um de nossos parceiros e ofertando a melhor solução para que ele permaneça adimplente e para que possa continuar prosperando. É isso que nos motiva. 

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