Após mais de três anos desde a queda do avião que levava a delegação da Chapecoense para Medellín, na Colômbia e que matou 71 pessoas, em novembro de 2016, o empresário Ricardo Albacete, dono do avião culpou uma controladora de voo do aeroporto de Ríonegro, na Colômbia, pelo desastre.
Ricardo é fundador da companhia aérea LaMia, e participou da audiência pública na CPI da Chapecoense que acompanha a situação das vítimas e familiares do acidente
Segundo Ricardo, mesmo após a tripulação da LaMia ter pedido prioridade para aterrissar por “problemas de combustível”, a controladora de voo Yaneth Molina deu preferência a outra aeronave. “Infelizmente a tripulação não insistiu com o controle aéreo e não declarou emergência de antemão. Seguiu fazendo minutos de espera. O outro avião também tinha pedido prioridade, mas não era emergência. O piloto da LaMia sabia a altura da aeronave, mas não sabia onde estava em relação à pista. O que ele fez? Procurou a pista, mas não tinha mais potência. A senhora Molina os matou”, disse.
Ricardo reconhece que a aeronave tinha pouco combustível no momento do acidente, mas, segundo ele, a autonomia era suficiente para cumprir a distância entre Santa Cruz de la Sierra e Medellín. “Havia pouco combustível. Infelizmente, eles não seguiam as regras aí. Os tripulantes foram intrépidos, audazes. Nesse dia, infelizmente, eu os considero como idiotas. Infelizmente, a senhora Yaneth Molina os mandou para as montanhas”, culpou novamente..
Segundo Ricardo, LaMia não descumpriu uma cláusula de exclusão prevista no contrato de seguro da aeronave que impedia o acesso ao espaço aéreo da Colômbia. Segundo o empresário, as autoridades aeronáuticas da própria Colômbia autorizaram que a empresa realizasse voos sobre a região.
O relator da CPI, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), questionou Ricardo Albacete sobre a apólice firmada entre a LaMia e a corretora AON, baseada na Inglaterra. Um contrato anterior, que previa prêmio de US$ 300 milhões, foi substituído por outro, no valor de US$ 25 milhões, insuficiente para arcar com as indenizações do acidente com o voo da Chapecoense.
O empresário admitiu que o contrato de US$ 300 milhões tinha duas parcelas vencidas por falta de pagamento. A filha dele, Loredana Albacete, negociou então com a AON uma “apólice de transição” de seis meses, com o valor mais baixo. O fundador da LaMia reconheceu que, embora tenha recebido cópias do novo contrato, não leu a documentação.
Ricardo disse que, mesmo com a inadimplência, o seguro de US$ 300 milhões estava em vigor. Isso porque as autoridades aeronáuticas não foram oficialmente comunicadas sobre o cancelamento da cobertura. Ele classificou a rede de seguradoras e resseguradoras do setor de aviação como “uma máfia, que não se importa com a miséria ou a dor das pessoas”.
Outro sócio da LaMia, o boliviano Marco Rocha Venegas, também foi ouvido epla CPI, Por meio de videoconferência, ele confirmou que as autoridades aeronáuticas de países da América Latina nunca questionaram a apólice de seguro apresentada pela companhia para voos na região.
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Relator da CPI, senador Izalci Lucas e Leila Barros ouvem o dono do avião, Ricardo Albacete (Reprodução/Assessoria)



