O Instituto Butantan desmentiu a Prefeitura de Campo Grande e, com laudo técnico em mãos, negou ter enviado doses a menos para a campanha de vacinação contra o vírus H1N1. O vice-diretor do órgão, Marcelo de Franco, foi a primeiro a ser ouvido pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Vacinas, instaurada na Câmara Municipal para investigar o sumiço de cerca de 30 mil doses da rede municipal de saúde da Capital.
Segundo o pesquisador, o Instituto produz ampolas com 5,5ml em média, suficiente para vacinar 11 pessoas adultas. A quantidade, porém, pode variar até 0,2ml, para mais, ou para menos. “A quantidade é de 5,3ml a 5,7ml por frasco, o que garante pelo menos dez doses. Às vezes 11 doses. Nunca menos. No frasco nunca tem menos que 5ml. Isso é fato”, garantiu o representante do Butantan nesta quarta-feira (29), após questionamentos dos vereadores Alex do PT, Dr. Lívio, Vanderlei Cabeludo, Engenheiro Edson e Chiquinho Telles, que compõem o colegiado.
Marcelo ainda garantiu que o Butantan possui controle interno e que todos os lotes são fiscalizados. Ele ainda apresentou um laudo técnico do Programa Nacional de Imunização, atestando a quantidade de doses dentro de cada ampola. O documento desmente a versão apresentada pela Prefeitura, que afirmou que o Instituto Butantan enviou ampolas com nove doses.
Segundo Marcelo de Franco, profissionais mal treinados também podem permitir perdas de doses nas ampolas. “Isso acontece com muita frequência, de as pessoas não conseguirem tirar as doses. O enfermeiro que faz a injeção, às vezes não consegue retirar com precisão o 0,5ml. Às vezes sai um pouco mais, ou um pouco menos, isso pode acontecer. Se a pessoa tiver o cuidado de tirar e for bem treinada, ela consegue tirar as 10 doses”, afirmou.
Até semana passada, foram 18 mortes registradas em Campo Grande por conta da gripe A. Em Mato Grosso do Sul, segundo dados oficiais da SES (Secretaria de Estado de Saúde), o número de confirmações da doença já é de 324. Segundo dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a campanha cobriu 91,24% do público alvo, sobrando 32.381 doses de vacina contra a gripe H1N1 com destinação incerta.
A gerente-técnica da área de imunização da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Kátia Mougenot, também foi ouvida esta tarde pela CPI e revelou ter recebido denúncia de venda ilegal de vacinas contra H1N1 em Campo Grande. A comissão já confirmou uma videoconferência na próxima sexta-feira (1º de julho), às 13 horas, com a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues.
Denúncia - A CPI disponibiliza para a população um canal de denúncias em seu site. Caso tenha qualquer informação que possa contribuir com as investigações, basta acessar www.camara.ms.gov.br/denuncias ou enviar um e-mail para denuncia@camara.ms.gov.br.
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