A necropsia feita na onça pintada que faleceu horas depois de chegar ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) tinha um projetil de arma de fogo alojado na região do tórax. O tiro não foi recente, conclui o veterinário do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Lucas Cazati, responsável técnico do CRAS. “Deve ter ocorrido há uns três meses.” Entretanto, pode ter contribuído para a morte do animal, que já apresentava função pulmonar debilitada.
“A pele rebatida mostra musculatura esquelética também vermelho-escurecida, com lesão nodular de coloração pardacenta e firme ao corte. Aberta, mostra presença de projetil de grosso calibre, envolto por tecido granulomatoso sem hemorragia. Observa ainda em lobo cranial direito presença de estilhaço de projétil acima mencionado, restrito a pleura”, escreveu o professor doutor Gilberto Facco, que assina o exame de necropsia.
Da mesma forma, exame de Raio-X feito na onça sobrevivente mostra a presença de uma bala na região toráxica. Trata-se de um projetil de pequeno porte e o ferimento deve ter ocorrido já há alguns meses, pois a pele está completamente cicatrizada, afirma Cazati. Ele avalia a necessidade de proceder a uma cirurgia para retirar o metal.

Essa onça está com quadro de saúde estável, alimenta-se bem, já passou por exames de ultrassom, Raio-X, hemograma completo, funções hepática e renal, os ferimentos nas patas causados no incêndio apresentam melhora. Havendo a necessidade da cirurgia para retirada da bala, essa onça deve permanecer ainda por uns três meses no CRAS até se recuperar completamente.
Delegacia
Ante a revelação dos exames, o diretor presidente do Imasul, André Borges, esteve na Delegacia Especializada de Crimes Ambientais (Decat) e registrou Boletim de Ocorrência. “Entendemos que é preciso investigar, procurar identificar os responsáveis e punir”, afirmou Borges.
O delegado Maercio Alves Barbosa disse que já encaminhou o projetil para o Instituto de Criminalística a fim de determinar o calibre e o tipo de arma que fez o disparo. Com essas informações a Polícia vai instaurar um inquérito e pode fazer diligências na região para tentar identificar os culpados.
As onças foram resgatadas por equipes de voluntários no dia 4 de novembro. Estavam próximas ao rio Paraguai, na região da Serra do Amolar, em condições precárias, sendo que uma não conseguia andar. O transporte a Campo Grande foi feito numa aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). São dois machos com menos de dois anos de idade, avalia Cazati.
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A onça sobrevivente ainda tem um projetil alojado no peito e talvez precise de cirurgia 



