A investigação do assassinato da musicista Mayara Amaral, de 27 anos, foi tipificado como latrocínio, roubo seguido de morte, e encaminhado para a Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (Defurv) nesta quinta-feira (27). Em uma carta aberta nas redes sociais, a jornalista Pauliane Amaral, irmã de Mayara Amaral, questiona a abordagem da polícia sobre o caso.
Mayara foi encontrada com perfurações em seu crânio, sinais de violência sexual e parcialmente carbonizado na saída para Rochedo, na região do Inferninho no final da tarde da última terça-feira (25). “Desde ontem Mayara Amaral também é vítima de uma violência que parece cada vez mais banal na nossa sociedade. Crime de ódio contra as mulheres, contra um gênero”, destacou Pauliane.
O texto, que até o momento tem mais de 19 mil compartilhamentos, 30 mil curtidas e quase três mil comentários, ressalta a repercussão e crueldade do crime. “Mais uma vez a sociedade falhou e uma mulher, uma jovem professora de música de 27 anos, foi outra vítima da barbárie. Foram três, três homens contra uma jovem mulher”.
Apesar de ser tipificado como latrocínio, o texto destaca o relacionamento afetivo de Mayara com o autor do crime, o músico Luis Alberto Bastos Barbosa. “Um deles por quem ela estava cegamente apaixonada, atraiu-a para um motel, levando consigo um martelo na mochila”, aponta.
De acordo com o Mapa da Violência 2015, de 2003 a 2013, o número de vítimas do sexo feminino cresceu de 3.937 para 4.762, ou seja, mais de 21% na década. Dos 4.762 assassinatos de mulheres registrados em 2013 no Brasil, 50,3% foram cometidos por familiares, sendo que em 33,2% destes casos, o crime foi praticado pelo parceiro ou ex.
A família ainda cobra a investigação da violência sexual. “Os suspeitos dizem que mantiveram relações sexuais com minha irmã com o consentimento dela. Para que o martelo então, se era consentido?”.
O texto também questiona que o caso está sendo tratado apenas com a versão dos criminosos. “Para nossa tristeza, grande parte das notícias dão bastante voz aos assassinos e fazem coro à falsa ideia de que os acusados só queriam roubar um carro”.
O delegado plantonista que investigou o caso defende que a tipificação do crime foi feita com base nos depoimentos dos criminosos e em outras provas.
Reportar Erro
Deixe seu Comentário
Leia Também

Sesc Teatro Prosa promove programação infantil gratuita nas férias

Governo lança sistema que permite autoexclusão em sites de apostas

Corretor briga na Justiça por comissão em venda de fazenda de R$ 9 milhões em Cassilândia

"Iminente colapso", diz Defensoria em alerta sobre a saúde pública de Campo Grande

Casal que se dizia da Caixa é condenado por golpe que causou prejuízo de R$ 15 mi em MS

Em 2026, Justiça Estadual terá mais de 30 dias sem expediente; veja o calendário

Prefeitura obtém liminar e livra servidores da "folha secreta" do imposto de renda

Juiz manda a júri popular acusado de matar PM aposentado e o neto no bairro Moreninhas

Presença da Fiems marca discussões sobre futuro da citricultura em MS







