Com o objetivo de mapear a incidência da Leishmaniose Visceral em Campo Grande, o projeto de pesquisa da médica veterinária, mestre em ciência animal, Prof. Juliana Arena Galhardo, utiliza geotecnologia na gestão, planejamento, execução e avaliação de metodologias de controle da doença. A pesquisa conta com o apoio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect).
Desde 2002, Campo Grande é considerada como área endêmica da doença em humanos e cães. Para realizar o mapeamento foram utilizados dados da Secretaria Estadual de Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foram analisados 79 bairros da Capital, sendo que 8 deles apresentaram maior incidência da doença em humanos, são eles: América e Lageado (região urbana do Córrego Anhanduizinho), Cabreúva e Carvalho (Centro), Tijuca (Lagoa), Estrela Dalva, Margarida e Veraneio (Prosa).
Estas regiões apresentaram as maiores incidências no período de 2007 a 2011, variando de 6,1/10.000 hab. a 11,22/10.000 habitantes.
Em situação oposta encontram-se os bairros Jardim Paulista, São Lourenço, Bela Vista, Glória, Itanhangá, Jardim dos Estados, São Bento, Núcleo Industrial, Carandá e Chácara dos Poderes. Estas regiões não apresentaram casos de Leishmaniose no período estudado.
De acordo com a pesquisadora, a análise da incidência da doença utilizando métodos descritivos associados ao geoprocessamento se mostrou viável, transformando-se em uma ferramenta acessível ao poder público para o planejamento de ações de controle.
“Considerando a realidade da leishmaniose visceral em Campo Grande, o impacto da diminuição da morbidade, ainda que gradual, significará que ainda que seja difícil a erradicação de vetores, é possível o controle da doença em humanos e animais configurando a longo prazo a diminuição da ocorrência da doença”, afirma Juliana.
A pesquisadora enfatiza que a são necessárias medidas associadas para o efetivo controle e prevenção da doença. “ É indispensável a realização de ações de controle do vetor, controle de reservatórios, saneamento ambiental e utilização de repelentes ou outras medidas de proteção individual. Quando se fala em controle de doenças veiculadas por vetores no Brasil, é impensável a utilização de alguma medida única pois temos todas as condições socioambientais para a proliferação de vetores e manutenção destas doenças”, afirma.
A veterinária explica que o controle do vetor é baseado em saneamento ambiental, compreendendo a limpeza de quintais e terrenos, remoção de matéria orgânica em decomposição e adequada destinação de lixo e demais resíduos.
“Associado ao saneamento, recomenda-se o uso de inseticidas a base de deltametrina ou permetrina, tanto para o uso doméstico na forma de borrifação como na forma de repelentes individuais para cães (coleiras ou soluções top spot). Os inseticidas ambientais devem ser utilizados com muito cuidado pois podem causar intoxicações”, conclui.
Reportar Erro
Deixe seu Comentário
Leia Também

Governo lança sistema que permite autoexclusão em sites de apostas

Corretor briga na Justiça por comissão em venda de fazenda de R$ 9 milhões em Cassilândia

"Iminente colapso", diz Defensoria em alerta sobre a saúde pública de Campo Grande

Casal que se dizia da Caixa é condenado por golpe que causou prejuízo de R$ 15 mi em MS

Em 2026, Justiça Estadual terá mais de 30 dias sem expediente; veja o calendário

Prefeitura obtém liminar e livra servidores da "folha secreta" do imposto de renda

Juiz manda a júri popular acusado de matar PM aposentado e o neto no bairro Moreninhas

Presença da Fiems marca discussões sobre futuro da citricultura em MS

Horóscopo do dia - Veja a previsão para o seu signo 12/12/2025







