A rota rodoviária latino-americana partindo de Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, aos portos chilenos, vai alavancar também o turismo no Brasil, Paraguai, Argentina e Chile pela facilidade de acesso. Representantes do governo estadual, das relações exteriores e universidades destes países celebram um novo momento não apenas para as relações comerciais, mas de atração interna aos pontos turísticos, alguns desconhecidos.
“Essa troca cultural que vislumbramos é possível vai fomentar, sem dúvidas, o turismo na região. Todos querem conhecer mais o Brasil e Mato Grosso do Sul vai ganhar muito com isso, basta organizarmos essa cadeia, avaliou o reitor da Universidade Estadual de MS (Uems), Fábio Edir dos Santos Costa. Ele integra a comitiva de empresários do setor rodoviário e gestores públicos que percorre desde o dia 25 a rota traçada como a mais viável para integrar os quatro países.
O reitor lembra que o Paraguai é um dos maiores emissores de turistas ao Estado e disse ter percebido, nos contatos com autoridades e centros de ensino durante a longa viagem, que existe um grande interesse de paraguaios, argentinos e chilenos em conhecer Bonito e o Pantanal. “Tudo isso cria um novo rumo econômico que não temos e precisamos valorizar isso, o sul-mato-grossense precisa sair do seu mundinho e visitar uma região fantástica”, completo.
Riquezas e conhecimentos
O secretário de Estado de Infraestrutura de Mato Grosso do Sul, Marelo Miglioli, demonstrou entusiasmo com as possibilidades que a rota bioceânica oferece para o intercâmbio econômico e cultural entre os quatro países, a partir da construção da ponte de concreto sobre o rio Paraguai, ligando Porto Murtinho a cidade paraguaia de Carmelo Peralta, e a pavimentação dos últimos 700 km para alcançar a costa do Oceano Pacífico, no Chile.
“O nosso turismo terá um grande salto de desenvolvimento, acompanhando outros setores produtivos, e estou plenamente convicto de que esta rota será um meio transformador da região, atraindo um novo público para os atrativos do Estado e permitindo que também os sul-mato-grossenses conheçam as maravilhas que visitamos no Paraguai, Argentina e Chile”, disse Miglioli. “A ponte e o asfalto vão nos unir mais, gerar mais riquezas e conhecimentos.”
A passagem da comitiva, formada por um comboio com 25 caminhonetes e mais de 80 pessoas, por centros de atração mundial, como as Cordilheiras dos Andes e o Deserto de Atacama, no Chile, deu a certeza de que a abertura desta rota de integração beneficiará sobretudo o turismo, atraindo pessoas para destinos ainda desconhecidos. As autoridades dos demais países que acompanham a comitiva tem essa opinião formada.
Cordilheiras e deserto
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, João Carlos Pakinson de Castro, presente nesta segunda edição da Rota de Integração Latino-Americana (Rila) organizada pelo setor de transporte rodoviário de Mato Grosso do Sul, deu seu aval: “Temos no caminho lugares espetaculares, tanto para nós brasileiros, como para os nossos vizinhos. O potencial turístico é imensurável, a rota expressa uma grande importância de desenvolvimento”.
A preocupação do secretário Marcelo Miglioli e dos empresários do setor de logística com a passagem de caminhões pelas cordilheiras argentina e chilenas se desfez com a visita in loco, da mesma forma que permitiu mensurar a facilidade que o brasileiro terá para conhecer estes símbolos da humanidade em uma viagem de carro. “Os países precisam se organizar para criar essa rota de passageiros”, aponta o ministro Pakinson.
Depois de enfrentar uma dura viagem de Porto Murtinho ao Paraguai, pelas condições precárias da rodovia de terra, os integrantes da comitiva tiveram momentos prazerosos ao cruzar o vale montanhoso da Quebrada de Humahuaca, com aproximadamente 150 km de extensão, na Argentina, e a Cordilheira dos Andes, entre este país e o Chile. No caminho, grande movimento de turistas e também movimentação de caminhões com cargas.
Chegada à costa
A viagem da província de Jujuy a Atacama, distantes 477 km, deixou claro também o potencial turístico que pode ser explorado numa conexão com os atrativos de Mato Grosso do Sul. As temperaturas nessa região montanhosa e intrigante variam entre 40 graus e zero grau. O comboio da Rila subiu a uma altitude de quase cinco mil metros, com o termômetro marcando 4 graus no topo de Humahuaca. Logo à frente, no Deserto do Atacama, registrou 26 graus.
O caminho até os portos chilenos de Iquiqui e Antofagasta é cercado por montanhas e uma boa infraestrutura rodoviária. No domingo, a comitiva cruzou esta região para visitar a área portuária de Iquiqui, na costa do Pacífico. A viagem seguiu até Antofagasta, por mais 380 km, na segunda-feira, em uma rodovia margeada pelo oceano e montanhas, chamando a atenção pela quantidade de sepulturas e favelas em uma região isolada e cenário desértico.
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