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“Vai chover” era a senha para o recebimento de propina, diz MP

“Mensalinho” de R$ 3 mil era pago para cada um dos vereadores que integravam a organização criminosa

26 novembro 2018 - 20h09Da redação    atualizado em 26/11/2018 às 20h17

A denúncia do Ministério Público que culminou na prisão do prefeito de Ladário, Carlos Aníbal, mostra que o chefe do Executivo teve que exonerar a então secretária de Educação, Sara Regina, para que Helder Naulle assumisse a pasta e, então, os vereadores desfrutassem das “barganhas”, combinadas na condição de livrar o prefeito da CPI.

Em depoimento, Sara disse que ligou para o prefeito após a exoneração. Carlos Amíbal teria confessado que os vereadores pediram a Educação para arquivar a CPI da Saúde. “Política é um jogo. Você é técnica, você não é política e política é um jogo. E entre eu e você, eu vou me salvar”, disse o prefeito a Sara.

Após o recesso de fim de ano, em 25 de janeiro de 2018, Carlos Aníbal assinou a dispensa de diretores de unidades escolares da Rede Municipal de Ensino. A partir de então, os vereadores Augusto de Campos, Lilian Maria, Paulo Rogério, Oswalmir Nunes, André Franco, Agnaldo dos Santos e Vagner Gonçalves teriam liberdade de indicar seus aliados aos respectivos cargos.

Acerca dos benefícios auferidos pela associação criminosa, o relatório revelou que, na data de 23 de julho de 2018, em diálogo havido entre os denunciados André Franco e Augusto de Campos, mencionam tratativas para o recebimento de valores que ocorreria na Câmara Municipal. Em conversa interceptada com autorização judicial, revela-se o recebimento do dinheiro pela expressão “vai chover”. 

Nesse contexto, ligações telefônicas revelaram que o vereador André Franco falou com um homem não identificado cujo telefone comercial seria da empresa Souza Alves & Cia Ltda. UPP, com endereço em Campo Grande onde menciona que o dinheiro seria transportado em uma Toyota Hillux, porque alguém o teria delatado; "Estava eu, o prefeito e mais dois vereadores”. O homem não identificado perguntou: "Uai! E você não falou nada? O prefeito de Ladário não falou nada?”

"Não! Os caras já vieram em cima, pô, entendeu? Barreira lá, pô! Entendeu? Aí os caras já vieram batendo, mandando nós descer do carro, revistou, revirou aqui essa p... eu estava com três conto na minha mala né, p...! 'E esse dinheiro aí? Não tem banco, não? Que não sei o que...", diz o vereador André Caffaro e complementa: “Aí Gugu estava com cinco conto no paletó dele... aí lascou, aí fu...". "Revistaram tudo. Pu...! Bateram tudo no carro, no negócio da parte do painel... É, alguém dedou. Nós já tem mais ou menos quem fez isso", disse Caffaro ao interlocutor desconhecido. 

Sobre o fato de já terem a identidade do possível delator, Caffaro afirma: “Foi uns caras daqui mesmo... é porcaria... é vereador também, mas é porcaria". Como era de costume, em razão do acordado, o prefeito Carlos Anibal compareceu pessoalmente na residência do vereador Fábio Peixoto, para lhe entregar, em mãos, a quantia de R$ 3 mil. Os valores se referiam unicamente aos vereadores Daniel Benzi e Fábio Peixoto, o que totaliza o valor de R$ 6 mil.
  
O vereador Fábio Peixoto, em suas declarações, informou que o Carlos Anibal deixou de entregar, nos meses de agosto e setembro, a cota-parte que havia sido prometida ao vereador Jonil Junior Gomes Barcellos – R$ 3 mil – “por entender que Jonil tinha quebrado o acordo, já que efetuou várias denúncias contra ele no Ministério Público”.

Prisões 

O Grupo de Atuação Especial de Repreensão ao Crime Organizado (GAECO) efetuou na manhã desta segunda-feira (26), a prisão do prefeito de Ladário, Carlos Aníbal, do secretário de Educação, Helder Naulle e dos vereadores Augusto Campos, Lilian Maria de Moraes, Paulo Rogério Feliciano Barbosa, Osvanir Nunes da Silva, André Franco, Agnaldo dos Santos e Vagner Gonçalves. Todos os nove presos, são acusados de corrupção passiva, ativa e associação criminosa.

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