Chile vai às urnas neste domingo (14) para escolher o novo presidente em um segundo turno marcado pelo favoritismo de José Antonio Kast, candidato da ultradireita. Ele chega fortalecido pelo apoio de concorrentes do mesmo campo político, enquanto sua adversária, a comunista Jeannette Jara, enfrenta desgaste associado à baixa aprovação do governo Gabriel Boric, que encerra o mandato.
Kast, do Partido Republicano, recebeu apoio do libertário Johannes Kaiser e da ex-prefeita Evelyn Matthei, representante da direita tradicional. Somados, os votos dos três no primeiro turno superaram 50%. Já Jara, da coalizão Unidade pelo Chile, teria de quase dobrar os 26% obtidos em novembro para reverter o cenário desfavorável.
Para o cientista político Alfredo Joignant, da Universidade Diego Portales, a unificação rápida da direita ocorreu por convergências econômicas, com diferenças apenas “em nuances”. Ele lembra que algo semelhante ocorreu em 2021, quando a direita também se alinhou, mas acabou derrotada por Boric.
A disputa coloca em choque duas visões opostas de país. Jara, ex-ministra do Trabalho, defende maior presença do Estado e políticas de igualdade. Kast propõe um modelo que privilegia o livre mercado e endurece punições a quem violar regras econômicas. Ainda assim, ambos ajustaram seus discursos na reta final: Jara incorporou propostas mais conservadoras para ampliar seu alcance eleitoral, enquanto Kast reduziu a retórica da “batalha cultural” e tem buscado moderar expectativas de cortes sociais.
Segundo o cientista político Cristóbal Bellolio, da Universidade Adolfo Ibáñez, apesar das diferenças formais, os dois candidatos mostram aproximação em aspectos programáticos. “Hoje, Jara e Kast, embora nominalmente pareçam estar em extremos opostos, em termos ideológicos e políticos estão praticamente alinhados”, afirmou.
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José Antonio Kast e Jeanette Jara (Basaure Araya/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)




