O governo Trump anunciou, nesta sexta-feira (5), uma nova Estratégia de Segurança Nacional que redefine as prioridades externas dos Estados Unidos e estabelece um reposicionamento militar mais intenso na América Latina. O documento marca um afastamento do tradicional papel global americano e transfere parte das responsabilidades estratégicas para aliados, enquanto concentra atenção em ameaças consideradas urgentes no Hemisfério Ocidental.
Segundo a Casa Branca, o eixo central desse realinhamento será um “reajuste da presença militar global”, deslocando recursos para a região e reduzindo a participação em áreas cuja relevância estratégica teria diminuído ao longo dos últimos anos. A publicação ocorre em um momento de forte mobilização militar no Caribe e de escalada de tensões com o governo venezuelano de Nicolás Maduro, além da formalização do combate ampliado a cartéis latino-americanos, política anunciada desde agosto.
A estratégia detalha três pilares que orientarão a atuação militar e de segurança na América Latina, com destaque para a possibilidade de uso de força letal. As medidas previstas são:
- Reforço da presença da Guarda Costeira e da Marinha para controle de rotas marítimas, contenção da migração ilegal, redução do tráfico de pessoas e drogas e atuação em corredores de trânsito considerados estratégicos em situações de crise.
- Ações diretas contra cartéis e redes criminosas, incluindo a autorização, “quando necessário”, do uso de força letal. O documento afirma que essa orientação busca substituir o modelo “fracassado” das últimas décadas, baseado exclusivamente na aplicação da lei e em operações policiais de baixa intensidade.
- Estabelecimento ou ampliação de acesso militar a pontos estratégicos da região, ampliando bases, acordos e presença operacional em áreas consideradas sensíveis para os interesses dos EUA.
A nova estratégia afirma que Washington pretende “restaurar a predominância americana no Hemisfério Ocidental” e reafirma a Doutrina Monroe como eixo conceitual. O texto sustenta que os EUA devem impedir que potências de fora do Hemisfério posicionem forças ou controlem ativos estratégicos na região. Nesse contexto, menciona a presença crescente da China, hoje principal parceira comercial de vários países latino-americanos, incluindo o Brasil.
O governo Trump reconhece que parte da influência externa na América Latina ocorre por fatores comerciais, não ideológicos, mas defende que os EUA intensifiquem alianças para recuperar espaço político e estratégico. Entre as prioridades estão o reforço da cooperação em migração, segurança marítima, interrupção do fluxo de drogas e fortalecimento de parcerias militares e econômicas no Hemisfério.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca (Reuters/Brian Snyder)



