Viagens em grupo compostas só por mulheres têm crescido significativamente nos últimos anos. Seja entre amigas de longa data, primas, colegas de trabalho ou mesmo desconhecidas que se conectam em roteiros compartilhados. Por trás dessa movimentação, há o desejo por liberdade, conexão, diversão e, acima de tudo, autonomia feminina.
Alessandra PeruzzoSegundo Alessandra Peruzzo, 53 anos, organizadora de viagens há uma década, a procura por pacotes femininos cresceu mais de 100% nos últimos dois anos. Ela trabalha de forma independente, mas também em parceria com agências, oferecendo desde pacotes personalizados para grupos até roteiros abertos em que as viajantes se conhecem na jornada.
“Amo os preparativos, pensar no roteiro, planejar os passeios. Muitas voltam a viajar juntas depois”, conta Alessandra.
Esse movimento se reflete em histórias como a da vendedora de Campo Grande, Solange de Paula Santos Alencar, 48 anos, que neste ano participou da quarta edição da tradicional viagem do grupo Maritacas do Rio, formado por 18 mulheres, entre primas e amigas, que viajam todos os anos para pescar.
A última edição foi entre de 5 a 7 de setembro, no pesqueiro ToaToa, em Terenos. Mas a ideia é ir cada vez mais longe e a próxima viagem para 2026 será para Miranda. "Um grupo de primas e amigas teve a ideia de sair, descontrair e pescar. Deu certo e foi uma experiência muito boa. A diferença é que partilhamos tudo: alegrias, desafios, e nos apoiamos mutuamente. Foi uma verdadeira terapia de grupo”, afirma Solange, que reforça que a viagem é exclusivamente feminina, "não tem macho, só o caseiro, que também é o piloteiro", brinca.
O nome do grupo nasceu de forma bem-humorada: “Maritacas do Rio” foi a forma que o dono do primeiro pesqueiro, o Eli, encontrou para se referir às mulheres que, segundo ele, conversavam tanto que não iriam pescar nada.
Maritacas do Rio aproveitam viajem para fazer festa temática
Primeira viagem
Já para o grupo de professoras Ana Silva, Adriana Vilhalba, Cátia Garcia e Marlene Cuella, terá a primeira experiência de viagem entre amigas agora em outubro, rumo a Arraial do Cabo (RJ). Elas se conhecem há mais de 20 anos, mas só agora conseguiram se organizar para essa realização conjunta.
“Fizemos um pacote com aéreo e hotel. Foram quase 12 meses de planejamento, pagando tudo antecipadamente para deixar só a alimentação e os passeios como despesas extras”, diz Ana, pedagoga.
Entre o grupo, três são solteiras e uma é casada e todos, inclusive marido e filhos, vão ficar em casa. A viagem será só delas.
Adriana Vilhalba, Cátia Garcia, Marlene Cuella, Ana Silva ( Anninha)
De viagens de pesca a praias paradisíacas, esses grupos mostram que viajar entre mulheres é mais do que turismo — é uma forma de fortalecer laços, uma pausa na rotina, de mulheres que depois de criar a família, estão fazendo as malas juntas.
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Maritacas do Rio (Arquivo Pessoal)



