A guerra entre Rússia e Ucrânia tem entrado em uma nova fase, marcada pelo uso crescente e estratégico de drones.
Enquanto tropas russas avançam no leste da Ucrânia, outra frente se intensifica longe das trincheiras: ataques noturnos em massa com drones kamikaze contra cidades e infraestrutura civil ucranianas.
O Kremlin tem apostado no uso de drones do tipo Shahed, de origem iraniana, agora produzidos em larga escala na Rússia. Segundo a Inteligência de Defesa da Ucrânia, o país pode fabricar mais de 6 mil drones por mês, graças a uma fábrica instalada em Alabuga, no Tartaristão.
O custo de cada unidade caiu drasticamente — de cerca de US$ 200 mil em 2022 para menos de US$ 70 mil em 2025, tornando viável a execução de ataques com mais de 700 drones em uma única noite.
Apesar de não serem tecnologicamente avançados, esses drones são suficientes para sobrecarregar as defesas aéreas da Ucrânia, compostas por sistemas muito mais caros — um único míssil interceptador pode custar mais de US$ 3 milhões.
Os ataques russos, que antes ocorriam mensalmente, agora acontecem a cada oito dias, segundo análise do CSIS (Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais).
A eficácia desses ataques também aumentou: a taxa de acerto dobrou em relação a 2024, chegando a 20% dos drones atingindo seus alvos. Analistas destacam que, mais do que a destruição física, o objetivo é impor medo constante à população e esgotar os recursos de defesa ucranianos. “A estratégia da Rússia se concentra cada vez mais no desgaste”, afirma Yasir Atalan, pesquisador do CSIS.
Casos como o de Bohdana Zhupanyna, moradora de Kiev grávida de nove meses, ilustram os efeitos humanos desses ataques. Seu apartamento foi destruído por um drone russo em julho. “Perdi muito nesta guerra”, disse ela após conseguir dar à luz com segurança.
Além dos drones de longo alcance, a Rússia também tem usado drones FPV (com visão em primeira pessoa) para ataques diários em regiões próximas às linhas de frente, como em Kherson.
Há relatos de ataques contra pedestres, veículos civis e até ambulâncias. A Rússia nega que tenha como alvo civis, apesar de evidências substanciais apontarem o contrário.
A Ucrânia, por sua vez, tem respondido com seus próprios ataques com drones — tanto nas frentes de batalha quanto em território russo — e aposta em inovação tecnológica acelerada.
De acordo com analistas do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), ambos os lados já trabalham no desenvolvimento de drones com inteligência artificial e drones interceptadores, que possam reagir automaticamente em combate e representar uma alternativa mais barata aos mísseis de defesa.
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Rússia exibe drones usados na Ucrânia na Praça Vermelha de Moscou durante evento do Dia da Vitória em maio (REUTERS)



