Com voz embargada, sentada diante dos jurados da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Rozely Henrique, conhecida como “Buga”, declarou, “Eu sei que tirei a vida de um filho e quero pagar”. A frase foi dita nesta quarta-feira (7), durante o julgamento pelo assassinato do próprio filho, Kauã Henrique Rodrigues, de 17 anos, morto a facadas em julho de 2024.
O crime aconteceu no bairro Jardim Centro Oeste, em Campo Grande, e segundo a denúncia do Ministério Público, Rozely atacou o filho durante uma briga familiar. A motivação apontada é que o jovem teria tentado defender o padrasto e dito à mãe que a odiava. A acusada teria então desferido os golpes de forma inesperada, dificultando qualquer chance de defesa.
Na frente do juiz Aluízio Pereira dos Santos, Rozely contou parte da sua trajetória. Disse ser mãe de 13 filhos e que engravidou pela primeira vez entre os 10 e 11 anos. “Comecei na cocaína com 15, depois fui para a pedra”, relatou. Segundo ela, o pai de Kauã também era usuário de drogas e o relacionamento foi marcado por sofrimento.
Rozely contou que estava presa em São Gabriel do Oeste e foi autorizada a sair da prisão em março deste ano para tratamento contra o vício. “Estou numa clínica. Trabalho na cozinha, estou firme, desde que fui presa nunca mais usei droga”, disse.
Ao lembrar do momento em que foi informada da morte do filho, a acusada desabafou, “Fui chamada pela direção do presídio, achei que era uma notícia boa. Mas disseram que meu filho tinha morrido. Acabou tudo para mim ali”. Afirmou ainda que soube do crime oito dias após o ocorrido e que tentou tirar a própria vida ao receber a notícia. “Não queria aceitar. Fiquei doente. Cada dia estou pagando”.
Durante o julgamento, o promotor lembrou que Rozely tem histórico de dependência química e alegou que ela abandonou o filho quando ele tinha dois anos. O julgamento segue com oitiva de testemunhas. A sentença será anunciada ainda hoje.
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Rozely Henrique, a "Buga", chegou ao plenário do júri escoltada por uma policial - (Foto: Vinícius Santos/JD1 Notícias)



