Uma pesquisa divulgada pelo Observatório do Clima mostrou que, de junho a agosto deste ano, as queimadas na Amazônia liberaram gases do efeito estufa em quantia 60% maior do que a observada no mesmo período do ano passado.
Segundo o órgão, as queimadas emitiram 31,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO²) equivalente na atmosfera, valor que se aproxima das 32,5 milhões de toneladas emitidas pela Noruega em um ano.
Ane Alencar, diretora científica do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e responsável pelo cálculo das emissões que consta no levantamento, apontou que os dados não levam em conta as queimadas ocorridas em setembro.
“O pior, infelizmente, está acontecendo agora, em setembro”, afirmou.
Os dados do Observatório do Clima apontam que, dos 2,4 milhões de hectares incendiados no período de junho a agosto, 700 mil correspondiam a florestas, cuja queima emitiu 12,7 milhões de toneladas de CO² equivalente.
A pesquisa explicou que, mesmo depois da extinção dos incêndios, as emissões seguirão por alguns anos, em um processo chamado emissão tardia, que ocorre devido a decomposição da matéria orgânica queimada.
Estima-se que, ainda na próxima década, a vegetação destruída por esses incêndios emitirá mais 2 a 4 milhões de toneladas de CO² equivalente.
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