Certa feita, um amigo questionou seu professor - padre católico - sobre os motivos de sua permanente recorrência ao pensamento marxista como chave interpretação para quaisquer fatos. O dito professor, surpreso, retornou com outra pergunta: "E a quem mais, haveria de recorrer, meu rapaz?". Esse amigo, leigo fiel, não deixou por menos: "O senhor percebe, padre, que acabou de aplicar a Marx as palavras de Pedro a Jesus, quando os apóstolos foram perguntados, por este, se também O queriam abandonar - 'Mestre, a quem irÃamos nós?'".
Nelson Rodrigues, recém saÃdo de grave enfermidade, consultado sobre a frase que selecionaria para seu epitáfio, afirmou: "Esse Marx foi uma besta". E é essa besta que, com o discÃpulo italiano Antonio Gramsci, continua, através das décadas, fazendo a cabeça da suposta intelectualidade nacional.
Louvado seja, portanto, o trabalho desenvolvido por Olavo de Carvalho desde seu retiro na VirgÃnia. Assim, à distância, com seus cursos, acolhendo milhares de alunos, está fazendo muito mais que o conjunto de nossas universidades pela cultura brasileira e para a formação de uma elite digna desse nome.
Falou-me recentemente outro amigo diante das invectivas de Lula, por razões erradas, à s "zelite" brasileiras : "Que mal existe, Percival, na existência de uma elite? Que mal há na atividade dessa elite a que o Lula dedica palavras tão ásperas? Esse mesmo senhor quer ver seu CorÃntians na elite do futebol brasileiro. Doente, procura a elite médica do paÃs. Com o prestÃgio em declÃnio, procura a elite dos publicitários. Aduzi eu: e para negócios, procura a elite dos vigaristas nacionais.
Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras.
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