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Opinião

Recordes nas safras... e nos riscos!

28 maio 2010 - 00h00José Osvaldo Bozzo
É bom saber que o país terá safra recorde em 2010. A notícia alvissareira vem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cujas projeções indicam que a produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas chegará a 146,5 milhões de toneladas este ano. Esta é a quarta estimativa da safra 2010 feita pelo IBGE, mas é a primeira vez que seus números sinalizam um recorde: o patamar máximo anterior da série foi registrado em 2008, quando a safra chegou a 145,9 milhões de toneladas, 0,4% a mais do que o esperado agora. Em 2009, a safra ficou em 133,9 milhões de toneladas – em relação a ela, a projeção atual aponta incremento de 9,4%. Houve fatores climáticos que contribuíram para esse sucesso: chuvas nas áreas de maior produção, por exemplo. Vale notar, porém, que se esse ótimo desempenho for de fato alcançado – e tudo indica que será –, ele se dará muito mais pelo aumento da capacidade produtiva do agronegócio do que pela expansão das terras cultivadas: estamos falando em 47,3 milhões de hectares utilizados, apenas 0,1% a mais do que no ano anterior. A produção de grãos no Brasil também comemora produção recorde. De acordo com o oitavo levantamento do ciclo 2009/10, feito pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), temos em nossas mãos a maior colheita da história: são 146,87 milhões de toneladas de grãos, 8,7% a mais do que na última safra. Com relação ao mês passado (146,31 milhões de toneladas), o desempenho é 0,4% maior. Num momento em que a sociedade assiste à corrida dos movimentos sociais rumo à ocupação de terras férteis, seja em nome de ressarcimentos históricos, da preservação ambiental (questionável, na maior parte das vezes) ou da realização da reforma agrária, é muito conveniente mostrar a importância econômica e social do agronegócio. O setor agropecuário responde por um terço do Produto Interno Bruto (PIB), um terço dos empregos e 40% das exportações. Sustenta o superávit comercial brasileiro e é força motriz da maior parte dos nossos acordos bilaterais. Vendemos soja, carne, leite, algodão, café, açúcar, fruta e inúmeros outros insumos para a Europa, os Estados Unidos, a Ásia, os países latino-americanos, o Oriente Médio. A riqueza que vem do campo é essencial para o Brasil desde os tempos do Império, quando o café e a cana-de-açúcar nos garantiam posição de destaque no mercado externo. É evidente, portanto, que as propriedades rurais não podem ficar vulneráveis às invasões e aos boicotes promovidos por grupos que se abrigam sob bandeiras aparentemente inquestionáveis – ninguém é contra a defesa dos índios ou quilombolas, nem considera que os trabalhadores rurais estejam errados em querer um pedaço de terra. O problema é que as reivindicações não passam, na quase totalidade das vezes, de pretextos para justificar ilegalidades que levam insegurança jurídica ao campo. A democracia tem a virtude de dar espaço a todas as vozes, a todas as reivindicações. Dessa qualidade não podemos e não devemos abrir mão – jamais! Justamente em nome da democracia e da preservação do Estado de Direto, cabe ao Estado o dever de conter a violência no campo e de zelar pelo direito de propriedade, previsto e assegurado em nossa Constituição. O Brasil é rico, pujante, promissor. Não podemos deixar que falsos movimentos sociais, convertidos em máquinas da ilegalidade, se transformem no calcanhar-de-aquiles que nos impedirá de alcançar o lugar de destaque que merecemos no mundo do século 21. * José Osvaldo Bozzo é sócio-diretor da BDO, uma das cinco maiores empresas do mundo em auditoria, tributos e advisory services. Atua no escritório de Ribeirão Preto.

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