Quatro homens fugiram pela porta da frente do sistema prisional de Minas Gerais no último sábado (20), após apresentarem alvarás de soltura fraudados. A fuga ocorreu no Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte, onde os detentos estavam custodiados desde o dia 10 de dezembro. Até a noite desta terça-feira (23), apenas um dos foragidos havia sido localizado e preso novamente.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a fraude foi coordenada por um hacker preso no início de dezembro durante uma operação que investigava uma quadrilha suspeita de invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O grupo atuava na manipulação de dados judiciais, como a liberação irregular de veículos apreendidos, desbloqueio de valores e alteração de mandados de prisão e alvarás de soltura.
De acordo com as investigações, os quatro homens que fugiram também haviam sido presos nessa mesma operação e são apontados como integrantes do esquema criminoso. A fuga, inclusive, teria ocorrido justamente por meio do crime que os levou ao sistema prisional: a adulteração de alvarás judiciais. As apurações indicam que o suspeito responsável por coordenar a fraude também favoreceu a liberação dos outros detentos.
Os fugitivos foram identificados como:
- Ricardo Lopes de Araujo: ingressou no Ceresp Gameleira em 10 de dezembro de 2025 e possui duas passagens pelo sistema prisional desde 2016.
- Wanderson Henrique Lucena Salomão: também deu entrada na unidade em 10 de dezembro de 2025 e acumula três passagens desde 2016.
- Nikolas Henrique de Paiva Silva: entrou no sistema prisional na mesma data e possui apenas essa passagem registrada.
- Júnio Cezar Souza Silva: com três passagens desde 2020, foi recapturado na noite de segunda-feira (22).
A liberação irregular ocorreu após ordens judiciais fraudulentas serem inseridas no Banco Nacional de Mandados de Prisão, que integra o sistema do CNJ. A partir desse banco de dados, a Secretaria de Justiça de Minas Gerais recebeu as informações que autorizaram, de forma indevida, a saída dos presos.
Em nota, o CNJ negou que tenha havido invasão ou falha estrutural em seus sistemas, esclarecendo que o caso envolve o uso fraudulento de credenciais legítimas de acesso, obtidas de maneira ilícita. O órgão informou ainda que todas as decisões forjadas foram identificadas e canceladas em menos de 24 horas, com a restauração imediata dos mandados de prisão.
O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (PSD), afirmou que o estado passará a atrasar o cumprimento de mandados de soltura como medida preventiva, a fim de verificar a autenticidade das ordens judiciais antes da liberação de detentos.
O TJMG informou que já expediu novos mandados de prisão contra os três foragidos restantes e que acionou forças de segurança estaduais e federais para intensificar as buscas. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) destacou que o caso é alvo de apuração administrativa e criminal, e que as investigações seguem em andamento para esclarecer completamente os fatos e evitar novas ocorrências semelhantes.
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Sede do CNJ - (Foto: Gil Ferreira/Agência CNJ)




