Uma mega-operação organizada pela Polícia Civil e o Ministério Público de Mato Grosso do Sul foi deflagrada na manhã desta terça-feira (18) em Água Clara, distante a 192 quilômetros de Campo Grande, com o intuito de desarticular uma organização criminosa que atuava dentro e fora dos presídios, mas com foco no município.
De acordo com a Polícia Civil, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, posse de arma de fogo e outros crimes eram os mais cometidos pelo grupo. Segundo a investigação, mesmo com várias pessoas sendo presas, eles ainda gerenciavam esquemas e ordenavam ações do presídio.
Somente nesta operação, foram cumpridos 51 mandados, sendo 26 de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão. Foi ainda cumprido um mandado de sequestro de imóvel, oriundo do crime de lavagem de dinheiro, avaliado em R$ 350 mil.
A investigação ainda apontou que os principais integrantes da organização criminosa estavam presos em celas dos presídios de Campo Grande e Três Lagoas. Foi requerida também a transferência deles para a penitenciária de segurança máxima, onde estarão sujeitos às mesmas restrições de presídios federais.
Ao todo, a ação contou com a participação de dois promotores de justiça, 94 policiais civis, 11 policiais penais, 27 viaturas e apoio aéreo de helicóptero.
Prestaram apoio à operação as seguintes unidades policiais: Delegacia Regional de Polícia de Três Lagoas; 1ª, 2ª, 3ª Delegacias de Polícia de Três Lagoas; Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) e SIG de Três Lagoas; Delegacia de Selvíria; Delegacia de Ribas do Rio Pardo; 3ª Delegacia de Polícia de Campo Grande; Garras; Denar; DEH; Defurv; Depca; Decon; GOI (Grupo de Operações e Investigações); Decat; Denar; Deleagro; Dedfaz e DEAM, além da Coordenadoria Geral Policiamento Aéreo e o Departamento Penitenciário Estadual.
Investigação
A investigação que desencadeou a operação Expurgo teve início no fim de 2021, quando se apurou que o tráfico de drogas no município de Água Clara encontrava-se organizado e sob o comando de uma facção criminosa que comanda os presídios do estado. Verificou-se que a maioria dos traficantes da cidade integravam a referida organização, revendendo com exclusividade os entorpecentes fornecidos por ela.
Com base nessas informações, a Polícia Civil e o Ministério Público uniram esforços para identificar e desarticular essa organização, apurando-se a existência de dezenas de integrantes, dentre os quais vários já presos e que agora foram transferidos para o presídio de segurança máxima.