Os detentos da Penitenciária Estadual de Dourados (PED) têm a meta de concluir a confecção de uniformes escolares completos de alunos da rede municipal de ensino de Três Lagoas, encomendado pela ONG Artaban, que possui uma oficina de costura no presídio.
Outra parte da produção é realizada na Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas (PSMTL).
A iniciativa leva capacitação, ocupação produtiva, remunerada aos custodiados e reflete diretamente no processo de ressocialização.
Além de representar economia significativa aos cofres públicos, bem como a garantia de os alunos receberem seus uniformes no início do ano letivo. Segundo a ONG Artaban, a confecção nas unidades prisionais garantirá uma economia de 40% no custo final para a Prefeitura.
Aud de Oliveira Chaves, diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) destacou que ação é vantajosa para todos. “É vantagem para todos os envolvidos”, pois o trabalho ajuda a reduzir os índices de violência, já que diminui a probabilidade de reincidência no crime.
Todo o processe é realizado na penitenciária, desde o corte até a parte de serigrafia das peças e tudo com muito cuidado, sob o olhar atento da supervisora da Artaban, Neide de Souza Silva, que também é responsável por treinar os detentos.
Neide afirma que trabalho é gratificante por apresentar um novo caminho a essas pessoas. “Temos três ex-internos aqui da PED, que agora estão no semiaberto, que estão com projeto de se unirem e montarem uma confecção; isso alegra bastante a gente, pretendemos, inclusive, doar máquinas de costura para que possam iniciar esse projeto”, revelou.
Josimar Carvalho, 33 anos, detento da PED, acredita no valor do trabalho digno. “Eu não sabia nem como pregar um botão e hoje me sinto qualificado para trabalhar em qualquer indústria de confecção, ou quem sabe montar o meu próprio negócio quando eu sair daqui”, comentou esperançoso.
Os detentos têm garantido ¾ de remuneração do salário mínimo mensal e remição de um dia na pena a cada três de serviços prestados, conforme estabelece a Lei de Execução Penal.
O convênio tem o objetivo de fabricar 68 mil peças nas duas penitenciárias, entre bermudas, camisetas com mangas e regatas, mochilas pequenas e grandes, além dos estojos.
Outros trabalhos
Segundo o diretor Antônio José dos Santos, cerca de 600 internos trabalham na Penitenciária Estadual de Dourados. Além das oficinas de costura e serigrafia, os presos atuam atendendo a própria unidade na cozinha, padaria, barbearia, costura de bolas, fabricação de tanques e pias em concreto, reciclagem, entre outros serviços.