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Soldado que morreu no CMO foi enterrado no dia do aniversário da mãe em Campo Grande

Christiane Melo relatou emocionada como foram os últimos três meses de vida do filho Dhiogo

28 outubro 2025 - 17h41Brenda Assis     atualizado em 28/10/2025 às 17h41

No dia em que completou 57 anos, Christiane Melo dos Santos da Silva enterrou o filho, Dhiogo Melo Rodrigues, de 19 anos, encontrado morto com um disparo de fuzil dentro das dependências do Comando Militar do Oeste (CMO), em Campo Grande. A data que deveria ser de celebração se transformou em um retrato da dor e da indignação de uma mãe que diz ter sido ignorada, ridicularizada e silenciada pelo Exército.

Christiane relatou ao JD1, desde o início do serviço militar, o filho demonstrava sofrimento psicológico e afirmava não querer continuar. “Meu filho reclamava muito. Voltou da formatura sujo, ralado e machucado. Sempre fechado e com medo das consequências que poderia sofrer se falasse algo interno”, contou. Segundo ela, o jovem era alvo de deboche e humilhações, inclusive por apresentar traços de autismo.

“Inúmeras vezes relatei ao comandante, ao tenente, a quem eu encontrava nas dependências do quartel e sempre debochavam. Até de autista zombavam que ele era, pois diziam que não levava jeito para o operacional”, relatou a mãe, emocionada.

Dhiogo era descrito como alto, magro, metódico e reservado. A mãe chegou a pedir que ele fosse transferido para outra função, em áreas como tecnologia ou logística, para reduzir o risco físico e emocional. “Nunca lhe foi prestado nenhum tipo de socorro psicológico”, lamenta.

O jovem foi encontrado morto na guarita onde prestava serviço de sentinela. O Exército afirmou que realiza “testes psicológicos periódicos”, mas até agora não apresentou nenhum laudo que comprove o estado mental do soldado ou sua aptidão para portar arma de fogo.

Christiane também denuncia o procedimento irregular após a morte do filho. Segundo ela, o corpo foi removido sem perícia no local, e houve tentativa de encaminhamento ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO), o que impediria a apuração das causas. Apenas após a insistência da família, o corpo foi enviado ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), onde passou por necropsia.

“Fiquei mais de duas horas com o corpo do meu filho dentro de um saco, esperando liberar. Um descaso total”, afirmou.

A família ainda aguarda o laudo necroscópico e pretende registrar boletim de ocorrência para exigir investigação independente sobre o caso.

Em nota de repúdio, os parentes de Dhiogo afirmam que o jovem foi vítima de negligência e violência institucional, em um ambiente marcado por pressão psicológica e maus-tratos a recrutas.

“Não se trata apenas da morte de um soldado, mas da perda irreparável de um filho, de um irmão e de um jovem que tinha toda uma vida pela frente, vítima de um sistema que deveria protegê-lo, não destruí-lo”, diz o texto divulgado pela família.

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