O deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) vê com alívio a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara dos deputados nesta quinta (07). Cunha estava afastado da presidência desde 5 de maio por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que também suspendeu o seu mandato parlamentar por tempo indeterminado.
Aliado histórico de Cunha, Marun acredita que a renúncia foi a melhor decisão, mas também vê a atitude com “sentimento de perda”, devido ao trabalho prestado na Câmara pelo deputado, considerado ótimo pelo político sul-mato-grossense. Marun informa que o PMDB apoiou a decisão do ex-presidente, e que Eduardo Cunha foi aconselhado por várias pessoas, inclusive ele, a tomar a decisão.
O deputado considera a atuação de Cunha na presidência da Câmara como corajosa. “Ele teve independência, não fazia o que o governo queria que ele fizesse, fazia casa votar, tendo coragem de votar temas polêmicos”.
Ainda sobre a renúncia, Marun declara que “uma coisa são os problemas de Eduardo, outra coisa é o trabalho dele na Câmara”.
Renúncia
Ao se pronunciar sobre a decisão, Eduardo Cunha fez a leitura integral da carta de renuncia entregue à Câmara, dirigida ao presidente interino da Casa, o vice-presidente Waldir Maranhão.
Ao ler a carta, ele disse que é alvo de perseguição por ter aceito a denúncia que deu início ao processo de impeachment de Dilma Rousseff. "Sofri e sofro muitas perseguições em função das pautas. Estou pagando alto preço por dar início ao impeachment", disse, ao emocionar-se em alguns momentos.
Em trecho da carta, Cunha declarou: "Resolvi ceder ao apelos generalizados dos meus apoiadores [...] Somente a minha renúncia poderá pôr fim a esta instabilidade sem prazo”.
Com a renúncia, o presidente interino, Waldir Maranhão (PP-MA), terá prazo de cinco sessões de plenário para realizar nova eleição. O eleito presidirá a Câmara até fevereiro do ano que vem, quando se encerraria a gestão de Cunha.
Histórico
Eduardo Cunha está no quarto mandato, iniciado no PP e depois migrou para o PMDB no período em que o partido estava dividido entre apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a possibilidade de uma candidatura própria. Na eleição de 2006, Cunha integrou o grupo que militou pela candidatura própria do PMDB mas, a partir de 2007 com vitória de Lula no segundo turno, a legenda foi para a base do governo.
Eleito presidente da Câmara em primeiro turno no dia 1º de fevereiro de 2015, Cunha recebeu 267 votos e derrotou três candidatos, entre eles, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que era o candidato do Palácio do Planalto na época, mas que obteve apenas 136 votos. Durante a disputa e nos meses seguintes, Cunha repetiu em diversos episódios que o governo de Dilma Rousseff resistiu fortemente à sua candidatura à presidência da Casa, o que, segundo ele, justificou a resistência sofrida por parte da base aliada na época.
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