O líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT), informou ontem (10) que o governo federal deverá iniciar o anúncio de cortes de gastos de caráter administrativo nesta sexta-feira (11). Após a perda do selo de bom pagador do país, a medida tem a intenção, segundo o petista, de sinalizar que o governo resolveu “cortar na própria carne” e reagir. “Ter a nota rebaixada preocupa, mas te faz agir.
A partir de amanhã, o governo começa a anunciar as primeiras medidas de caráter administrativo porque o governo vai trabalhar no enxugamento da sua estrutura, no enxugamento de ministérios, na revisão de contratos e de prestação de serviços”. Segundo o senador, as medidas deverão se restringir a cortes em relação à prestação de serviços terceirizados, contratação de transportes e despesas básicas das pastas.
A redução no número de ministé- rios deve ficar para a próxima semana, quando o governo deve apresentar as ações de caráter mais aprofundado, como a reavaliação de programas do governo e questões estruturais. A estratégia, de acordo com Delcídio, foi definida junto com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que, após entrevista para a imprensa em que disse que as medidas deveriam ser tomadas até o final do mês, reavaliou sua fala e concordou que é preciso acelerar o processo. “Isso tem de ser feito até o fim da semana que vem”, disse Delcídio.
Pela manhã, o governo tratou do assunto em reunião de emergência com a equipe de coordenação política convocada pela presidente Dilma Rousseff. No encontro, ela negou que o rebaixamento da nota de crédito pela S&P de BBB- para BB+, retirando o grau de investimento do país, configure “cenário catastrófico”, mas pediu urgência para sua equipe anunciar cortes de gastos, incluindo principalmente os relacionados à reforma administrativa, que seria concluída no fim do mês.
A orientação é deixar claro que o governo vai buscar cumprir a meta de superavit primário de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) no próximo ano. Para isto, será anunciado até a próxima semana um conjunto de medidas de corte de gastos e aumento de receitas em um esforço fiscal de R$ 64 bilhões, o necessário para zerar o deficit de R$ 30,5 bilhões previsto no Orçamento de 2016 enviado ao Congresso e garantir a parte do governo no superavit. “Hoje foi um dia importante porque se definiu priorizar cortes, reavaliar os programas de governo, reavaliar as questões estruturais que causam deficit no orçamento do país e aí, fruto dessas reavaliações, verificar o deficit que ainda poderá existir no orçamento de 2016 e aí trabalhar uma tese de receitas adicionais transitó- rias para que efetivamente o orçamento possa fechar”, disse.
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Agência Senado 



