Menu
Menu
Busca domingo, 08 de junho de 2025
Saúde

Medicamento para o tratamento da Atrofia Muscular Espinhal chega ao SUS

Mato Grosso do Sul não tem hospital de referência para a aplicação das doses, mas o acordo do Ministério da Saúde garante o fornecimento do medicamento, passagens e hospedagem para o paciente e acompanhante

16 maio 2025 - 12h12Sarah Chaves, com Planalto

O medicamento usado no tratamento de crianças com Atrofia Muscular Espinhal (AME), custando cerca de R$ 7 milhões por dose, teve as primeiras infusões de zolgensma incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). A oferta na rede pública de saúde foi viabilizada por meio de Acordo de Compartilhamento de Risco firmado entre o Ministério da Saúde e a fabricante.

Nesta semana o atendimento, de duas bebês com menos de seis meses, foi realizado simultaneamente no Hospital da Criança José Alencar, em Brasília (DF), e no Hospital Maria Lucinda, em Recife (PE), com a primeira terapia gênica incorporada ao SUS.

O modelo, inédito no país, condiciona o pagamento ao resultado da terapia no paciente. As negociações levaram ao menor preço lista do mundo.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha reforçou a importância do fornecimento gratuito do zolgensma pelo SUS. “Seria impossível para as famílias arcarem com um custo tão alto. É uma terapia gênica muito importante e inovadora, por isso garantir esse atendimento e poder acolher essas famílias é um momento de muita emoção”, destacou.

Com a incorporação, o Brasil se torna o sexto país a disponibilizar o medicamento em sistemas públicos de saúde - após Espanha, Inglaterra, Argentina, França e Alemanha. O medicamento é destinado exclusivamente a crianças com AME tipo 1, com até 6 meses de idade, que não utilizem ventilação mecânica invasiva por mais de 16 horas ao dia.

As bebês que receberam o medicamento foram priorizadas por estarem próximas de atingir o limite de idade para a infusão e por atenderem a todos os critérios clínicos indicados pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Atrofia Muscular Espinhal (AME) 5q tipos 1 e 2.

O tratamento estabiliza a progressão da AME e proporciona ganhos motores significativos, como a capacidade de engolir e mastigar, sustentar o tronco e sentar-se sem apoio. A expectativa do Ministério da Saúde é atender 137 pacientes nos primeiros dois anos. Atualmente, já foram protocolados 15 pedidos para acesso ao medicamento no SUS.

Além do zolgensma, de dose única, que bloqueia e previne a progressão da AME tipo 1, o SUS oferece nusinersena e risdiplam, de uso contínuo que atuam para evitar a progressão da doença. Sem as terapias, essas crianças enfrentam alto risco de morte antes dos dois anos de idade. Quem tomou o zolgensma, não tem necessidade de receber outra terapia para AME.


Para solicitar o tratamento, as famílias devem procurar um dos 36 serviços especializados em doenças raras do SUS. Um médico realizará a avaliação clínica da criança e, caso os critérios de elegibilidade sejam atendidos, dará início ao processo de solicitação da terapia.

Dos 36 serviços especializados, 31 estão aptos a realizar a infusão da terapia gênica — 22 já habilitados e 9 em fase de capacitação. Os serviços habilitados estão disponíveis em Alagoas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e no Distrito Federal.

Nos estados que ainda não contam com serviços habilitados para a infusão, o Acordo de Compartilhamento de Risco prevê, além do fornecimento do medicamento, o custeio de passagens e hospedagem para o paciente e um familiar responsável.

Os pacientes que receberam o zolgensma serão acompanhados clinicamente até os cinco anos de idade pelo serviço de referência responsável pela infusão. Esse processo está alinhado com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) e com o Acordo de Compartilhamento de Risco. Quando ocorre a infusão, o paciente deve permanecer internado por no mínimo 24 horas, sob observação clínica contínua.

Como vai funcionar o pagamento:
 -  40% do preço total, no ato da infusão da terapia;
 - 20%, após 24 meses da infusão, se o paciente atingir controle da nuca; 20%, após 36 meses da infusão, se o paciente alcançar controle de tronco (sentar-se por, no mínimo, 10 segundos sem apoio);
 - 20%, após 48 meses da infusão, se houver manutenção dos ganhos motores alcançados;
 - Haverá cancelamento das parcelas se houver óbito ou progressão da doença para ventilação mecânica permanente.
 

Reportar Erro
Funlec - Matriculas

Deixe seu Comentário

Leia Também

Reprodução
Saúde
Gripe: Capital tem plantão de vacinação em três pontos neste fim de semana; confira
Agente de saúde
Saúde
Seleção pública oferece 500 vagas para médicos de família e comunidade
Foto: JD1
Saúde
Saúde e Bem-Estar debate vantagens da medicina esportiva com especialista
Micrografia eletrônica de transmissão do HIV
Saúde
Brasil reduz transmissão do HIV vertical e pede certificado da Opas
Santa Casa da Capital teve 125 internações por queimaduras entre janeiro e maio
Saúde
Santa Casa da Capital teve 125 internações por queimaduras entre janeiro e maio
Santa Casa da Capital
Saúde
Nelsinho anuncia repasse de R$ 5,3 milhões para Santa Casa da Capital
Profissional da saúde imunizando idoso
Saúde
Idosos são os mais atingidos por infecções do vírus da gripe
Santa Casa da Capital
Justiça
Para receber R$ 46 milhões, Santa Casa terá que aguardar na fila de precatórios
Fumacê na Capital
Saúde
Tá na lista? Quatro bairros da Capital recebem "visita" do fumacê nesta segunda-feira
Frio em Campo Grande
Saúde
Frio causa gripe? Ciência revela o que muda com quedas de temperatura

Mais Lidas

Rhennan Matheus, de 19 anos, era estudante de Enfermagem
Justiça
Caso Rhennan: acusado de emprestar arma para assassinato vai a júri nesta quinta
Câmeras registraram o assassinato -
Justiça
Homem que matou padrasto para 'proteger' a mãe é condenado a 11 anos de prisão
GCM atendeu o caso
Polícia
Mulher é estuprada dentro de carro após sair do bar no centro da Capital
Câmeras registraram o assassinato -
Justiça
Homem que confessou matar o padrasto para 'proteger' a mãe é julgado em Campo Grande