Está na pauta desta terça-feira (2), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados a cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), sob relatoria do deputado Diego Garcia (Republicanos-PR) que pode apresentar o parecer sobre o caso durante a sessão. Um pedido de vista ainda pode adiar a votação.
Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por comandar uma invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ela também foi condenada a 5 anos e 3 meses de prisão por perseguir, armada, um homem em São Paulo em 2022. Não cabe mais recurso das duas condenações.
Por ter sido condenada criminalmente em decisões definitivas, a Câmara precisa dar aval à perda do mandato.
A parlamentar está presa em Roma, na Itália, desde julho deste ano. Antes de a condenação se tornar definitiva, Zambelli fugiu para o país, o que levou a ser incluída na difusão vermelha da Interpol. A extradição da deputada para o Brasil é analisada pela Justiça da Itália. Uma nova audiência foi marcada para 4 de dezembro.
Além da prisão, o julgamento do Supremo determinou a perda do mandato de Zambelli, sem deliberação da Câmara. No entanto, o presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu adotar rito distinto e enviou o caso à análise dos deputados.
A direção da Câmara encaminhou à CCJ uma representação comunicando a decisão do Supremo, que precisa ser analisada pelo colegiado.
Após a prisão, Zambelli disse que quer ser julgada pela Justiça italiana e que vai provar que não tem envolvimento na invasão do sistema do CNJ.
Após a análise da CCJ, o caso será submetido ao plenário principal da Casa. São necessários, no mínimo, 257 votos para que a deputada seja cassada.
A parlamentar participou remotamente, em setembro, de uma audiência sobre o caso na CCJ. A deputada trocou acusações com o hacker Walter Delgatti, que também foi condenado com ela pelo STF.
Na ocasião, Zambelli afirmou que Delgatti é um "mitomaníaco" e chegou a questionar a saúde mental do hacker, fazendo menção ao uso de medicamentos para tratar um Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
Reportar Erro
Deixe seu Comentário
Leia Também

Com IA, golpistas criam vaquinha fraudulenta em nome de mulher arrastada

Justiça barra serviços de apostas autorizados por leis municipais em todo o país

CPMI aprova quebra de sigilos de dono do Banco Master

Governo institui programa para reestruturar dívidas dos Estados com vetos

Sistema prisional brasileiro registra superlotação de 150%, aponta CNJ

Senado discute Auxílio Gás do Povo em audiência pública; proposta é do governo federal

Gilmar Mendes estabelece que só a PGR pode iniciar impeachment de ministros do STF

Líder dos caminhoneiros e desembargador aliado de Bolsonaro anunciam greve geral

Justiça garante a militares transgênero uso do nome social nas Forças Armadas


A extradição da deputada para o Brasil é analisada pela Justiça da Itália (Felipe Rau/Estadão)



