A deputada governista Elisa Carrió pediu nesta segunda-feira (29) à Justiça da Argentina que investigue se Julio de Vido, ministro de Planejamento durante o governo da ex-presidente Cristina Kirchner, recebeu propinas da construtora brasileira Odebrecht em licitações de obras públicas. A informação é da agência EFE.
A parlamentar também pediu uma investigação contra Roberto Baratta, um dos colaboradores mais próximos do ex-ministro, em documento apresentado ao promotor Federico Delgado, responsável pelo caso que apura o superfaturamento na construção de obras públicas em 2008 e no qual a empresa brasileira está envolvida.
Segundo o documento, ao qual a Agência Efe teve acesso, a líder da Coalizão Cívica, aliança da qual faz parte o Mudemos, partido do presidente do país, Mauricio Macri, requer que todas as informações sobre os casos sejam repassados aos juízes e promotores, não ficando apenas nas mãos da Procuradoria-Geral da Nação.
A deputada acusou a procuradora-geral da Argentina, Alejandra Gils Carbó, de não garantir a busca da verdade e afirmou ter "fundados temores" de que ela esteja tentando encobrir ou desviar as investigações em andamento.
Além disso, Elisa Carrió sugeriu que a Justiça convoque com urgência todas as pessoas que possam ter informações sobre os ex-servidores citados e outros intermediários. Ela também pede que dados obtidos pelo Brasil nas investigações sobre a Odebrecht seja compartilhado com a Argentina e outros países da região.
"Não se conhece o alcance dessas informações, nem até onde elas poderão ser de utilidade sem contar com algum tipo de parceria, como a conseguida pelos promotores brasileiros com os norte-americanos em relação à Odebrecht", disse a deputada.
Sem acordo
No último fim de semana, o ministro de Justiça, Germán Garavano, confirmou que não ainda há acordo com a Odebrecht para que a empresa esclareça o pagamento de propinas a servidores públicos e empresários argentinos.
"Nós convocamos a empresa. Eles fizeram uma proposta que estava basicamente baseada na legislação brasileira e requer a participação do Ministério Público. Do Ministério Público não tivemos resposta até hoje", explicou o ministro em entrevista à rádio Mitre.
A Odebrecht é investigada na Argentina por envolvimento no esquema de irregularidades e superfaturamento na contratação de empresas por parte da AySA, estatal de distribuição de água e saneamento, para a construção de uma usina de tratamento em 2008.
Funcionários da AySA, como o ex-diretor, Carlos Ben, e representantes das empreiteiras, entre elas a Odebrecht, estão sendo investigados pelas autoridades argentinas. O governo de Macri afirmou que a Promotoria não estava sendo efetiva nas investigações. Por isso, na última terça-feira, o ministro de Justiça se reuniu com os advogados da construtora brasileira.
Outro que está na mira por suspeita de um envolvimento irregular com a Odebrecht é o atual chefe da Agência Federal de Inteligência do país, Gustavo Arribas, no qual a vice-presidente da Argentina, Gabriela Michetti, afirmou que Macri tem "absoluta confiança". "Ele o conhece há muito tempo e eles são grandes amigos", afirmou.
"De nenhuma forma estão provadas as informações do dinheiro que teria sido pago a Arribas", afirmou a vice-presidente, em entrevista divulgada ontem pelo jornal El Tribuno de Salta.
Reportar ErroDeixe seu Comentário
Leia Também

"O Agente Secreto" lidera público entre lançamentos nacionais de 2025

Brasil prepara primeiro lançamento comercial de foguete a partir de Alcântara

Caso Benício: Justiça revoga habeas corpus de médica por morte de criança com adrenlina

Queda de árvore mata mulher em ponto de ônibus em Guarulhos

PF deflagra operação contra irregularidades em emendas parlamentares

Aprovado PL que estende por 15 anos ratificação de imóveis em faixas de fronteira

Governo garante remoção de servidores vítimas de violência doméstica homoafetiva

Moraes derruba votação que livrou Zambelli e ordena perda imediata do mandato

Câmara salva Zambelli e suspende mandato de Glauber Braga







