Próximo de realizar seu sonho da maternidade, Kerolen Rocha Alencar de 23 anos, viu seu mundo desmoronar após perder sua filha em um parto realizado na Maternidade Candido Mariano.
A jovem relatou ao JD1 Notícias, a trajetória que levou ao ocorrido. Kerolen contou que no dia 22 de dezembro recebeu na Unidade Básica de Saúde da Família do Iracy Coelho, o encaminhamento para fazer o parto cesariana quando estava com 39 semanas. “Eu procurei a maternidade no mesmo dia, fui atendida por um senhor que falou que eu teria que voltar com 40 semanas de gestação, porque eles poderiam fazer o procedimento da cesárea, mas só com 40 semanas certinho”, começou relatando.
Assim como foi auxiliada, Kerolen voltou à maternidade no dia 27, às 6h da manhã. “Uma médica nova que me atendeu, não quis fazer a cesárea porque ela achava que eu tinha condição de ter normal, mesmo eu querendo cesariana. Ela mandou eu retornar pra casa, passou um monitoramento para saber como estava o coração do bebe, e as contrações, viu que eu não estava em trabalho de parto e mandou eu voltar para casa, mesmo eu pedindo cesárea e ela estando com a ficha com o encaminhamento da médica dizendo que era cesária, e falou pra eu voltar com 41 semanas”.
“Quando foi segunda-feira (28) a noite, comecei a sentir contração e cólica, depois de 00h começou a doer mais forte e com mais frequência, fui para maternidade, ai ela viu que eu estava em trabalho de parto e logo na consulta com a medica na emergência para internar, eu já pedi cesárea novamente, expliquei que tinha o encaminhamento que era a terceira vez que estava na maternidade, só que a médica se recusou a me mandar direto para o centro cirúrgico porque ela estava encerrando o plantão, a única coisa que ela ia fazer era me encaminhar para internação, me deixar com a enfermeira, e depois eu procurava um médico de plantão para pedir a cessaria”, relatou Kerolen.
Segundo a jovem, ela esperou na recepção por 40 minutos, e quando foi levada para ser atendida em uma área nos fundos da maternidade, teve que esperar com muita dor cerca de uma hora até aparecer um médico. “O médico apareceu, fez os exames, viu que eu estava quase terminando a dilatação para ter normal, mas demorou para ele me deixar ir pro centro cirúrgico, só que quando cheguei lá a bebê já tinha feito coco dentro da bolsa e engolido, pela demora que eles tiveram, ela fez a necessidade dentro da bolsa, e eles falaram as primeiras fezes parece uma cola e começou a grudar no pulmão dela, não tinha como tirar”, Kerolen ainda afirmou que a criança acabou ficando com ar no pulmão, teve três parada cardíacas e não resistiu. “Chamaram eu e pai dela para nos despedirmos”.
Depois de quase 12h após o parto, foi registrado o óbito da pequena.
HOSPITAL
Em resposta ao JD1 Noticias, a Maternidade Cândido Mariano disse em nota, que Kerolen foi atendida em tempo hábil e que não havia indicação obstetrícia para que ela fosse internada.
Eles ressaltaram também que em momento algum a paciente e seu recém-nascido deixaram de ter assistência do hospital. O óbito da criança ainda terá que ser investigado.
Leia a nota na integra:
"A Maternidade Cândido Mariano informa que a paciente Kerolen Rocha Alencar chegou ao hospital em torno das 2:00 da madrugada de terça-feira, 29 de dezembro, sendo atendida às 2:20 pela equipe do plantão. Kerolen é paciente em segunda gestação, com cesariana prévia há 5 anos e não apresentava nenhum indicativo de risco para o parto normal. Na ocasião, a paciente estava com 6 centímetros de dilatação e frequência cardíaca fetal normal. Às 2:40, Kerolen subiu para sala de parto e às 3:20 foi reavaliada conforme o Protocolo das Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal, do Ministério da Saúde. A pedido da paciente e do acompanhante, foi realizada a cesariana pelo plantonista, sendo assim, ela não passou pelo período expulsivo e o feto ainda assim nasceu em mau estado geral. Em seguida, ela foi prontamente assistida pela equipe pediátrica da instituição e encaminhada para a Unidade Neonatal do hospital. A Maternidade Cândido Mariano ressalta que a paciente foi atendida em tempo hábil e que em nenhum momento a instituição deixou de prestar assistência para a mulher e seu recém-nascido, e que a causa do óbito do recém-nato ainda persiste em investigação, já que nas outras situações não havia indicação obstétrica para internação."
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